A juíza Aileen Cannon, responsável pelo caso dos documentos secretos encontrados na mansão de Mar-a-Lago, Flórida, adiou indefinidamente o início do julgamento do ex-presidente Donald Trump, previsto inicialmente para 20 de maio. Essa decisão diminui as chances de um desfecho antes das eleições americanas em novembro.
Em um parecer de cinco páginas, a juíza explicou que seria imprudente fixar uma data sem antes resolver uma série de questões legais delicadas relacionadas ao uso de provas confidenciais em julgamentos. Portanto, não há um prazo definido para o início do julgamento.
Durante a audiência de março, a defesa de Trump argumentou que o julgamento deveria ocorrer apenas após as eleições ou, no mínimo, não antes de agosto. Por outro lado, a acusação, liderada pelo promotor especial Jack Simth, sugeriu que o julgamento começasse em julho.
Trump (Partido Republicano), enfrenta 40 acusações relacionadas à má administração de documentos sigilosos e à obstrução dos esforços para recuperá-los. O caso provocou uma operação histórica de busca do FBI na residência de Trump na Flórida, resultando na descoberta de arquivos confidenciais, incluindo informações sobre segredos nucleares, programa de mísseis do Irã e atividades de inteligência envolvendo a China.
Trump é o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a enfrentar acusações criminais, totalizando cerca de 90 ao todo. Atualmente, ele está sendo julgado em Nova York por supostamente comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016. Vários dos advogados que o representam em Manhattan também estão envolvidos na sua defesa na Flórida.
Além disso, Trump enfrenta dois processos por suas tentativas de reverter a derrota para Joe Biden em 2020. Um dos casos está pendente em nível federal, aguardando uma decisão da Suprema Corte sobre um pedido de imunidade do ex-presidente. O outro processo, que tramita no estado da Geórgia, também não tem uma data definida para o julgamento.
Enquanto busca retornar à Casa Branca, a defesa de Trump está esgotando todas as opções para adiar os processos até depois das eleições. Caso seja eleito, Trump poderia instruir o novo procurador-geral a descartar as acusações federais contra ele ou até mesmo conceder um perdão a si mesmo.