Os ministros liberais que participaram do retiro de três dias do gabinete do partido em Montreal, revelaram que o governo está se preparando para a possível reeleição de Donald Trump, uma perspectiva que o primeiro-ministro considerou recentemente como um “passo atrás” para os canadenses.
“Agora, neste ano, metade do planeta passará por eleições, inclusive nos EUA, e estaremos prontos”, afirmou a ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly, aos repórteres no segundo dia do retiro em 22 de janeiro. “Teremos uma abordagem pragmática, mesmo quando se trata dos EUA e mesmo quando se trata, é claro, do nosso melhor amigo e aliado.”
Ao ser questionada sobre como o governo liberal se prepararia para uma potencial segunda presidência de Trump, Joly optou por não entrar em detalhes. “Trabalharemos com os primeiros-ministros, trabalharemos com a comunidade empresarial, trabalharemos com os sindicatos, trabalharemos com todo o país, porque temos ligações de costa a costa com o nosso melhor amigo”, acrescentou.
Em agosto de 2023, Joly havia mencionado que o governo liberal estava se preparando para “o que poderia ser uma situação muito difícil”, se Trump ou alguém com políticas semelhantes se tornasse o próximo presidente dos EUA. Durante a conferência de imprensa de 22 de janeiro, o Ministro da Indústria, François-Philippe Champagne, também destacou a experiência do governo em lidar com uma administração republicana, referindo-se à renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) e progressos na integração das cadeias de abastecimento com os Estados Unidos.
Os comentários dos ministros surgiram após a vitória de Trump nas primeiras primárias republicanas em Iowa, com uma margem histórica, e a desistência de Ron DeSantis e Vivek Ramaswamy em seu apoio. As pesquisas indicam uma vantagem significativa de Trump sobre Nikki Haley nas próximas primárias de New Hampshire e uma liderança de 5 pontos sobre o atual presidente Joe Biden em um possível confronto direto.