Radar detecta movimentação, e Trump sinaliza possível comunicação ao Congresso sobre ataques à Venezuela
Sistemas de radar detectaram aeronaves de combate dos Estados Unidos (EUA) sobrevoando uma região a poucos quilômetros de Caracas, capital da Venezuela. O episódio elevou a tensão diplomática entre os dois países nesta quinta-feira, 18.
Conforme autoridades venezuelanas, os caças circularam em áreas próximas ao espaço aéreo sob controle do país. O governo do ditador Nicolás Maduro considerou as manobras como uma ação provocativa e uma ameaça à soberania nacional.
EUA intensificam presença militar
O episódio ocorre em um contexto de intensificação da presença militar norte-americana no Caribe e em áreas próximas à Venezuela. Washington afirma que essas operações fazem parte de ações de vigilância e combate ao narcotráfico. Caracas, contudo, sustenta que se trata de uma estratégia de pressão política e militar contra o regime venezuelano.
A movimentação aérea ganhou ainda mais repercussão depois de declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de informar o Congresso sobre eventuais ataques à Venezuela.
Trump afirmou que não teria objeções em comunicar os parlamentares sobre operações militares, embora tenha ressaltado que, em determinadas circunstâncias, o Executivo possui autoridade para agir sem notificação prévia, sobretudo em nome da segurança nacional.
As declarações reacenderam o debate interno nos Estados Unidos sobre os limites constitucionais do poder presidencial em ações militares no exterior. Parlamentares democratas e parte dos republicanos defendem que qualquer ofensiva contra a Venezuela deve passar pelo Congresso. Aliados de Trump, por sua vez, sustentam que o presidente tem prerrogativas para conduzir operações pontuais sem autorização formal.
Do lado venezuelano, o governo reagiu com críticas duras e voltou a denunciar o que chama de “cerco militar” imposto pelos Estados Unidos. Autoridades do país afirmam que os sobrevoos e a retórica de Washington aumentam o risco de incidentes militares e desestabilizam ainda mais a região.
Especialistas em relações internacionais avaliam que a combinação entre a presença de caças próximos a Caracas e o discurso de Trump amplia a percepção de que os Estados Unidos mantêm aberta a possibilidade de ações mais agressivas contra a Venezuela.