O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está coordenando com o chanceler colombiano, Luis Murillo, uma resposta à decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela de manter sigilo sobre as atas eleitorais das eleições de 28 de julho. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a publicação, Vieira está realizando essa articulação durante sua viagem às Filipinas. Em Manila, ele se encontrará nesta sexta-feira (23 de agosto) com o Secretário de Negócios Estrangeiros do país, Enrique Manalo.
A decisão do TSJ foi anunciada pela presidente Caryslia Rodriguez na quinta-feira (22 de agosto). O tribunal recebeu as atas eleitorais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em 5 de agosto para investigação.
O CNE, vinculado ao chavismo, declarou Nicolás Maduro (do Partido Socialista Unido da Venezuela) como reeleito nas eleições de 28 de julho, mas não publicou as atas eleitorais nem os boletins de urna.
A oposição alega fraude eleitoral e afirma que seu candidato, Edmundo González (da Plataforma Unitária Democrática), foi o vencedor.
O TSJ validou a vitória de Maduro, com Caryslia Rodriguez afirmando que a eleição teve “respaldo pelos registros emitidos pelas máquinas e total coincidência com os bancos de dados”. Ela declarou: “Esta câmara declara, com base na perícia realizada e no relatório elaborado por peritos nacionais e internacionais, a validade do material eleitoral examinado e valida os resultados das eleições presidenciais.”
A resolução do TSJ gerou frustração entre a oposição venezuelana e parte da comunidade internacional, que solicitava maior transparência e a divulgação das atas para uma verificação independente dos resultados.
O Brasil é um dos países que exigem a publicação das atas eleitorais antes de reconhecer oficialmente o resultado da eleição na Venezuela. Em 15 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ainda não reconhece a vitória de Maduro e que o venezuelano deve uma “explicação à sociedade brasileira e ao mundo”.