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domingo, 6 outubro, 2024
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Brasil e Colômbia correm contra o relógio para mediar crise venezuelana; México abandona o barco

Por Marina B.

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Gustavo Petro, da Colômbia, realizaram uma nova conversa telefônica nesta quarta-feira, 14, para discutir uma possível mediação entre o ditador Nicolás Maduro e a oposição, em meio às suspeitas de fraude nas eleições presidenciais venezuelanas. Em breve declaração, Lula destacou que está buscando uma “saída política” para a crise na Venezuela.

“Demorei porque estava em uma ligação com a Colômbia, tentando encontrar uma solução política para a crise na Venezuela e restaurar a tranquilidade democrática no país”, afirmou Lula após uma cerimônia com a indústria farmacêutica no Palácio do Planalto.

A Presidência da República ainda não divulgou detalhes sobre o conteúdo da conversa, prática comum após telefonemas oficiais entre Lula e outros líderes.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajará a Bogotá na quinta-feira, 15, para se encontrar com seu colega colombiano, Luis Murillo.

México se Retira

Após vários dias de negociações, Lula e Petro conversaram pela segunda vez, desta vez sem a participação de Andrés Manuel López Obrador. O presidente mexicano optou por aguardar um pronunciamento da corte suprema venezuelana antes de retomar a diplomacia com seus aliados. López Obrador se referia ao processo judicial de certificação solicitado por Maduro ao Tribunal Supremo de Justiça, alinhado ao regime.

Inicialmente, o plano era que López Obrador participasse e que, posteriormente, os três presidentes conversassem separadamente com Maduro e com o candidato da oposição, Edmundo González.

Essa estratégia foi definida após Maduro solicitar a Lula uma conversa telefônica, dias depois do anúncio de sua reeleição pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O CNE, controlado pelo chavismo, declarou Maduro vencedor com 52% dos votos contra 43% de González, mas não divulgou os relatórios da votação. A oposição, por sua vez, obteve cópias de 82% das atas eleitorais, que mostravam uma vitória para González, com 67% dos votos.

A oposição denunciou fraude, e a vitória de González foi reconhecida por vários países latino-americanos, assim como pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Brasil, México e Colômbia, no entanto, não reconheceram o resultado e exigiram a divulgação oficial dos dados antes de se posicionar, defendendo uma checagem independente da votação.

No dia 1º de agosto, Lula, López Obrador e Petro se reuniram e emitiram a primeira nota pedindo uma verificação imparcial dos resultados e a divulgação detalhada das informações.

No segundo comunicado, os três países reiteraram a importância de uma divulgação transparente dos resultados pelo CNE — e não pelo Judiciário — e afirmaram que a solução para o impasse deveria vir dos venezuelanos.

Na semana passada, Lula compartilhou com seus ministros e com o assessor especial Celso Amorim a ideia de realizar novas eleições, um possível segundo turno entre Maduro e González. No entanto, o governo ainda não formalizou a proposta, e a oposição venezuelana já declarou que não aceita.

O ex-presidente da Colômbia, Iván Duque, denunciou na semana passada que Maduro pretendia anular as eleições de 28 de julho alegando perda dos dados da votação em um suposto ataque hacker ao CNE. De acordo com Duque, Maduro tentaria negociar um novo pleito no fim do ano com a oposição e buscaria o endosse diplomático de Petro e Lula para esse plano.

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