O bilionário da tecnologia disse que a visão “apocalíptica” da mudança climática está “errada”.
O cofundador da Microsoft, Bill Gates, fez uma reviravolta no alarmismo das mudanças climáticas, dizendo recentemente que há assuntos mais urgentes com os quais as pessoas deveriam se preocupar.
O bilionário da tecnologia de 70 anos, que é um ativista ambiental franco há anos, disse isso em um “memorando” publicado na terça-feira intitulado “Três verdades difíceis sobre o clima”.
“Mudança climática, doença e pobreza são grandes problemas”, escreveu Gates. “Devemos lidar com eles na proporção do sofrimento que causam.”
O empresário admitiu que a temperatura da Terra não é o fator mais importante para melhorar a vida no planeta e disse que a visão “apocalíptica” das mudanças climáticas está “errada”.
“Embora a mudança climática tenha sérias consequências – particularmente para as pessoas nos países mais pobres – ela não levará ao fim da humanidade”, escreveu Gates. “Esta é uma chance de reorientar a métrica que deve contar ainda mais do que as emissões e a mudança de temperatura: melhorar vidas. Nosso principal objetivo deve ser evitar o sofrimento, especialmente para aqueles nas condições mais difíceis que vivem nos países mais pobres do mundo.”
Gates acrescentou: “Embora a mudança climática prejudique os pobres mais do que qualquer outra pessoa, para a grande maioria deles não será a única ou mesmo a maior ameaça às suas vidas e bem-estar”.
Ele escreveu a análise de 17 páginas antes da conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas no Brasil, no mês que vem, na esperança de transferir o financiamento de iniciativas climáticas para outros empreendimentos que ele agora acredita serem mais importantes.
Gates insistiu que a mudança climática continua sendo uma grande preocupação, mas deve ser movida para baixo na lista de prioridades.
“Se você acha que o clima não é importante, não concordará com o memorando. Se você acha que o clima é a única causa e apocalíptico, você não vai concordar com o memorando”, disse Gates a repórteres sobre sua posição, segundo a Associated Press. “É uma espécie de visão pragmática de alguém que está, você sabe, tentando maximizar o dinheiro e a inovação que vai ajudar nesses países pobres.”
