O Banco Central Europeu solicitou a alguns bancos que monitorem de perto a atividade nas redes sociais, para detectar mudanças no sentimento que possam levar a uma corrida aos depósitos, informaram dois executivos bancários à Reuters, em condição de anonimato. Isso ocorre em meio ao aumento do escrutínio da liquidez dos bancos pelos reguladores europeus após o colapso do Silicon Valley Bank e do Credit Suisse no ano passado. A preocupação é que informações divulgadas nas redes sociais possam desencadear retiradas massivas de depósitos, como visto no caso do Credit Suisse em 2022, quando uma publicação levou a uma corrida que resultou em mais de 100 bilhões de francos suíços sendo retirados.
Essa ação do BCE destaca a importância de detectar precocemente sinais de instabilidade financeira nas redes sociais, mesmo que não possa impedir totalmente uma corrida aos bancos. Os reguladores e os bancos estão adotando uma postura mais proativa para evitar serem pegos de surpresa por eventos que possam afetar a liquidez bancária. Além disso, o debate sobre a revisão dos pressupostos para calcular o rácio de cobertura de liquidez (LCR) está em andamento, com uma avaliação da capacidade dos bancos de lidar com retiradas rápidas de depósitos.
A análise das redes sociais como um indicador de estabilidade financeira demonstra a crescente influência das plataformas digitais na dinâmica econômica e destaca a necessidade de os reguladores se adaptarem a esse novo ambiente.