A Otan está tratando com extrema seriedade a possibilidade de um conflito futuro com a Rússia, especialmente diante da crescente incerteza em relação à liderança dos EUA na aliança, caso Donald Trump seja eleito novamente. O temor de um confronto aumentou após a invasão da Ucrânia há dois anos e se intensificou com a possível candidatura de Trump nas eleições de novembro.
O exercício militar Steadfast Defender, realizado pela Otan na semana passada, é considerado o maior desde o final da Guerra Fria, envolvendo 90 mil soldados em manobras por países europeus até maio. Com 50 navios de guerra, 80 aeronaves e 1.100 veículos de combate, as manobras visam demonstrar a capacidade da Otan em fortalecer rapidamente seu flanco oriental em um cenário hipotético de ataque russo a um país aliado.
O receio de um confronto futuro com a Rússia cresceu com a invasão da Ucrânia e as posições de Donald Trump, que ameaçou retirar os EUA da Otan durante seu mandato. A liderança dos EUA na aliança militar também é questionada caso Trump retorne ao poder, dado seu histórico de admiração por Vladimir Putin.
Paralelamente, há apreensão quanto à possibilidade de a Rússia não ser derrotada na guerra contra a Ucrânia, o que poderia levar a uma expansão do conflito. Alguns líderes europeus alertam para a necessidade de a Europa se preparar para uma defesa independente contra um possível ataque russo.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, destacou em Davos que o conflito vai além da Ucrânia, enquanto o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, alertou que é necessário considerar a possibilidade de Putin atacar até mesmo um país da Otan. Apesar das negações de Putin, há preocupações sobre os reais interesses da Rússia, especialmente em países vizinhos como a Estônia. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, alertou que o enfraquecimento do apoio à Ucrânia poderia fortalecer os inimigos do Ocidente. Putin, no entanto, negou qualquer intenção de lutar contra países da Otan, embora suas afirmações anteriores tenham sido contraditórias. Por fim parece que a é Otan, que está forçando o mundo acreditar que haverá uma guerra mundial iniciada por Putin e por culpa de uma possível vitória de Donald Trump.