O jornalista Alexandre Garcia provocou uma reflexão nas redes sociais sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua possível presença na posse de Donald Trump, em janeiro de 2025. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Garcia questionou o que poderia acontecer caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidisse conceder um passaporte especial para Bolsonaro, permitindo sua participação na cerimônia de posse, apesar da apreensão de seu passaporte pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O passaporte de Bolsonaro está retido desde o início do ano, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, em função das investigações relacionadas ao 8 de janeiro e outras acusações envolvendo o ex-presidente. Por isso, para que Bolsonaro possa sair do país e participar de qualquer evento internacional, incluindo a posse de Trump, ele precisaria de uma autorização judicial do STF.
Garcia, em sua análise, citou uma série de políticos internacionais que provavelmente marcarão presença na posse de Trump, como o presidente argentino Javier Milei, a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, o presidente húngaro Viktor Orbán e o presidente de El Salvador, Nayib Bukele. O jornalista foi além e levantou a hipótese de uma situação excepcional: o ex-presidente brasileiro poderia receber um passaporte especial, emitido pelas autoridades americanas, caso Trump decidisse convidá-lo para a cerimônia.
“Eu já recebi várias vezes passaporte especial. Um passaporte que tinha validade por um mês para cumprir aquela missão, que era do interesse do país. Ou até a pessoa pode receber passaporte diplomático. E se o Trump, que tem poder para isso, der um passaporte para Bolsonaro?”, questionou Garcia, sugerindo que uma possível “solução” para o ex-presidente poderia vir diretamente do governo dos Estados Unidos.
Garcia argumenta que, caso o presidente dos EUA decidisse convidar um ex-presidente brasileiro, poderia ocorrer uma situação em que o passaporte de Bolsonaro, retido no Brasil, fosse substituído por um passaporte americano. No entanto, ele também levantou a dúvida sobre as implicações jurídicas dessa decisão, uma vez que a restrição imposta pelo STF teria de ser superada para que Bolsonaro pudesse viajar.
“Por enquanto, o passaporte dele está retido. Ele entregou o passaporte a pedido do Supremo. E se o presidente dos Estados Unidos quiser convidar um ex-presidente de um país amigo?”, disse o jornalista, deixando no ar a pergunta sobre como o Brasil e as autoridades brasileiras reagiriam a tal movimento.
O questionamento de Garcia toca em um ponto delicado do cenário político e jurídico brasileiro. A apreensão do passaporte de Bolsonaro, determinada por Alexandre de Moraes, foi uma medida adotada no contexto das investigações sobre 8 de janeiro e outras ações ligadas ao ex-presidente, como sua tentativa de minar a confiança nas eleições de 2022.
A retenção do passaporte impõe uma limitação direta à liberdade de Bolsonaro para viajar. No entanto, a possibilidade de Bolsonaro ser convidado por Trump para sua posse e viajar sem o consentimento do Supremo representa uma questão de grande complexidade jurídica e diplomática.
Bolsonaro sempre manteve uma relação próxima com líderes de direita no cenário internacional, incluindo Trump, Meloni, Orbán e outros. A posse de Trump, com o retorno dos republicanos à Casa Branca, certamente representa um evento importante para o alinhamento político entre os dois países, especialmente considerando o contexto da política externa e os interesses de ambos os governos no período pós-presidência de Bolsonaro.
Garcia, ao levantar essa hipótese, parece sugerir que, embora o cenário jurídico de Bolsonaro no Brasil seja complexo, uma intervenção de um governo estrangeiro — no caso, o dos Estados Unidos — poderia gerar uma pressão política que alterasse as condições do ex-presidente para comparecer a eventos internacionais.
Embora a ideia de Trump conceder um passaporte a Bolsonaro seja apenas uma especulação, ela reflete o ambiente tenso e incerto que marca as relações políticas e jurídicas envolvendo o ex-presidente. Resta saber como o STF se posicionará, caso a hipótese se concretize, e qual será a resposta do governo brasileiro frente a uma possível ação diplomática de outra nação.
Com a posse de Trump se aproximando e as movimentações políticas em ebulição, a situação de Bolsonaro continua a ser um tema de grande interesse tanto no Brasil quanto no cenário internacional. A possibilidade de um evento simbólico como a ida à posse de Trump pode ainda gerar muitos desdobramentos, tanto para o ex-presidente quanto para as autoridades brasileiras envolvidas.
Assista aqui:
E se Trump der passaporte americano para Bolsonaro ir à posse?- Alexandre Garcia