Israel se preparou nesta quinta-feira (4), para possíveis represálias após suspeitas de ter realizado um ataque que resultou na morte de generais iranianos em Damasco durante esta semana. O país afirmou estar pronto para responder com vigor, indicando um reforço em sua preparação militar.
As Forças Armadas de Israel, que estão sob pressão de quase seis meses de conflitos na Faixa de Gaza e na fronteira com o Líbano, anunciaram a suspensão das licenças para todas as unidades de combate. Isso ocorreu um dia depois de terem anunciado a mobilização adicional de tropas para unidades de defesa aérea.
A possibilidade de uma retaliação do Irã pelo suposto ataque aéreo israelense ao complexo da embaixada do Irã em Damasco na segunda-feira levantou o temor de um conflito mais amplo. No entanto, fontes iranianas indicaram que a resposta de Teerã seria cautelosa para evitar uma escalada.
“O Estado de Israel está preparado para todos os cenários. Responderemos com firmeza a qualquer tentativa de nos atacar”, afirmou a porta-voz do governo, Raquela Karamson, em um briefing.
Relatos de jornalistas da Reuters e de moradores de Tel Aviv, principal centro comercial de Israel, sugerem que os serviços de GPS foram interrompidos, possivelmente como medida de precaução contra mísseis guiados.
O Irã, arqui-inimigo de Israel, prometeu vingança pela morte de dois de seus generais e cinco conselheiros militares em um ataque aéreo ao complexo diplomático iraniano na capital síria na segunda-feira. Israel é amplamente suspeito de ter executado o ataque, que representa um dos mais significativos contra interesses iranianos na Síria, país aliado de Teerã. No entanto, Israel não confirmou nem negou seu envolvimento.
A tensão tem afetado os mercados financeiros israelenses, com o principal índice de ações TA-125 da Bolsa de Valores de Tel Aviv registrando uma queda de mais 2,2% na quinta-feira, acumulando perdas de cerca de 4% nesta semana. O shekel israelense também se enfraqueceu em relação ao dólar, enquanto os preços dos títulos do governo caíram.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que, de acordo com a avaliação da situação, as licenças foram temporariamente suspensas para todas as unidades de combate. No entanto, esclareceram que não houve mudanças nas diretrizes para a frente interna e que não há necessidade de recolher suprimentos básicos.
O Irã até agora evitou um confronto direto, preferindo apoiar ataques de aliados contra alvos israelenses e norte-americanos. No entanto, tem várias opções à disposição, incluindo o uso de representantes armados na Síria e no Iraque, bem como o apoio ao Hezbollah para ataques diretos a Israel. Há também a possibilidade de intensificar o programa de enriquecimento de urânio.
Apesar do risco de uma escalada, muitos analistas acreditam que o Irã não buscará uma guerra total que possa ameaçar seu controle do poder. Em vez disso, continuará usando representantes para ataques seletivos contra seus inimigos.
As autoridades norte-americanas expressaram preocupação com uma possível retaliação do Irã, o que poderia aumentar o risco de uma escalada regional instável. No entanto, também compreendem a necessidade de Israel de restaurar a dissuasão e deter ameaças contra sua segurança nacional.
