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domingo, 29 setembro, 2024
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Agricultura em revolução: A União Europeia desperta para enfrentar desafios futuros

Por Marina B.

A mobilização persistente dos agricultores europeus continua firme, com manifestações em grande escala ocorrendo em aproximadamente 15 países da União Europeia nos últimos 18 meses. A presidência belga do Conselho da UE. reconhece a necessidade de reconsiderar a Política Agrícola Comum.

O movimento teve início nos Países Baixos, com protestos contra o plano do governo de reduzir as emissões de azoto, através da diminuição da criação de gado. Essa mesma reivindicação reverberou na Irlanda e na Bélgica.

Na Romênia e na Polônia, agricultores expressaram críticas às importações de cereais ucranianos isentos de tarifas alfandegárias, que estão desestabilizando os mercados locais.

Na Alemanha, profissionais do setor protestam contra o fim da redução fiscal sobre o diesel a partir de 2026, bem como contra as normas ambientais da UE. O mesmo slogan ecoa na França.

Embora as preocupações práticas variem de um país para outro, a essência é a busca por melhores rendimentos e regras mais simples.

“Há mais exigências em termos ambientais, e ao mesmo tempo, os apoios públicos caíram drasticamente. Se fizermos um cálculo simples, entre 2003 e 2023, o valor das ajudas diretas terá caído 37%, o que representa metade do rendimento dos agricultores, em média, na Europa”, destacou o analista Luc Vernet, do centro de estudos Farm Europe, em entrevista à euronews.

O Programa “Do Prado para o Prato”, parte do Pacto Ecológico Europeu da Comissão Europeia, acentua as tensões no setor agrícola ao promover uma agricultura mais sustentável do ponto de vista ambiental. Os consumidores estão se distanciando de produtos mais caros, e o setor orgânico enfrenta desafios significativos.

“Esse programa foi inicialmente concebido como uma estratégia que imporia normas para forçar a mudança, com a ideia de que, ao deslocarem-se para o mercado de alta qualidade, os consumidores estariam dispostos a pagar mais. Os banqueiros concederiam crédito mais acessível para financiar os investimentos dos agricultores”, explicou Luc Vernet.

“No entanto, essa equação não é viável atualmente. Os consumidores estão evitando produtos mais caros, e o setor orgânico enfrenta sérias dificuldades. O período de dinheiro fácil que teria permitido o investimento é coisa do passado”, acrescentou.

Num futuro próximo, a presidência belga do Conselho da União Europei,a propõe uma revisão da atual Política Agrícola Comum (PAC), conforme declarado pelo ministro belga, David Clarinval, à euronews: “Vamos realizar uma análise comparativa da forma como as coisas foram configuradas no ano passado”.

“E, com base nessa análise comparativa, vamos utilizar as melhores práticas que se mostraram eficazes e iniciar o processo de correção a nível europeu”, acrescentou o ministro da Agricultura.

A PAC continua a absorver a maior fatia dos fundos da UE. O desafio para os Estados-membros é encontrar um equilíbrio entre as ambições de combater as alterações climáticas, nas quais a agricultura desempenha um papel significativo, e a dimensão econômica do setor, que necessita de apoio para permanecer competitivo globalmente.

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