Nesta segunda-feira, agricultores incendiaram pilhas de pneus em Bruxelas, demandando ação urgente da União Europeia em relação a uma série de questões, desde os preços baixos nos supermercados até os acordos de livre comércio. Enquanto os ministros da Agricultura se reuniam para discutir a crise no setor, a polícia de choque teve que intervir, disparando canhões de água para conter as chamas.
Com mais de 100 tratores estacionados ao redor da sede das instituições da UE, a capital belga foi congestionada, destacando a tensão em torno das preocupações dos agricultores. Eles têm protestado incansavelmente nas últimas semanas, exigindo ações para lidar com pressões que vão desde preços injustos até normas ambientais rigorosas.
Morgan Ody, da organização agrícola La Via Campesina, destacou que, para muitos agricultores, o cerne da questão é o rendimento. “É uma questão de sermos pobres e querermos uma vida decente”, disse Ody à Reuters, instando a UE a estabelecer preços mínimos de apoio e reconsiderar os acordos de comércio livre.
Enquanto os ministros discutiam propostas para aliviar a pressão sobre os agricultores, como redução nas inspeções agrícolas e isenção de normas ambientais para pequenas explorações, o debate girava em torno da remuneração justa pelo trabalho agrícola e dos desafios impostos pelo Acordo Verde da UE.
Diante de protestos crescentes, a UE já suavizou algumas políticas ambientais, retirando partes do roteiro climático para 2040 e adiando metas relacionadas à redução de pesticidas. Os agricultores também pressionam pelo fim dos acordos de comércio livre, como o discutido com o Mercosul, que poderia afetar suas condições de competição no mercado.