Posições contrastantes surgem entre os Estados-membros da União Europeia, em resposta aos pedidos de mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional, para supostos autores de crimes durante o conflito entre Israel e Hamas.
Alguns governos, como os da Áustria e Alemanha, expressaram relutância em equiparar os líderes eleitos de Israel com os do Hamas, considerado um grupo terrorista, ambos alvos dos pedidos de prisão.
“É bastante estranho que o primeiro-ministro de um Estado democrático, seja mencionado da mesma forma que terroristas do Hamas, responsáveis por um massacre sem precedentes”, disse Karoline Edtstadler, ministra dos Assuntos Europeus da Áustria, antes da reunião de Assuntos Gerais da UE em Bruxelas.
Outros líderes, como os da França, Bélgica e Irlanda, defendem o respeito à independência do TPI e ao direito internacional.
“O procurador tomou sua decisão com base em um trabalho substancial. Devemos permitir que o tribunal prossiga com seu trabalho”, afirmou Jennifer Carroll Macneill, ministra de Estado da Irlanda.
O pedido de mandados de prisão diz respeito aos eventos desde 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel, resultando em um grande número de vítimas e reféns. Israel respondeu com uma ofensiva em Gaza, onde foram relatados crimes contra civis palestinos.
Anthony Dworkin, analista do Conselho Europeu de Relações Exteriores, enfatizou a importância de respeitar o direito internacional e responsabilizar os culpados por tais crimes, independentemente de sua posição ou eleição democrática.