Na noite dessa última quinta-feira (14), o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, reportou que 20 pessoas foram mortas enquanto aguardavam por ajuda. Os militares israelenses negaram veementemente qualquer envolvimento no incidente.
Segundo a última atualização do ministério, outras 155 pessoas ficaram feridas no incidente, que ocorreu na rotatória do Kuwait, nos arredores da Cidade de Gaza, um local conhecido como ponto de distribuição para a escassa ajuda humanitária que chega ao norte de Gaza, onde a ONU alerta que crianças estão morrendo de desnutrição e a fome está se tornando iminente.
As vítimas do ataque foram levadas para o hospital Shifa, na cidade de Gaza, e as equipes médicas estão lutando para lidar com o grande número e variedade de ferimentos, informou o ministério, sem fornecer mais detalhes.
Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF) declararam: “As alegações de que as IDF atacaram dezenas de civis em Gaza em um ponto de distribuição de ajuda são falsas”.
A IDF afirmou estar investigando o incidente “com a devida seriedade”.
Enquanto isso, um navio rebocando uma barcaça carregada com 200 toneladas de alimentos foi avistado ao largo da costa de Gaza, em uma viagem teste destinada a abrir uma rota marítima para a ajuda humanitária.
O navio Open Arms, operado por uma instituição de caridade espanhola homônima, está rebocando a barcaça carregada com arroz, farinha, legumes, vegetais enlatados e proteínas enlatadas.
Como Gaza não possui um porto operacional, a instituição de caridade dos EUA por trás da missão, a World Central Kitchen, está construindo um cais para descarregar a carga.
Embora a forma mais rápida e eficaz de levar ajuda ao território seja por via terrestre, as agências humanitárias afirmam que as restrições impostas por Israel estão limitando severamente a quantidade de ajuda que chega.
Israel declarou que apoia a criação de um corredor marítimo e está facilitando a transferência de ajuda para Gaza, mesmo enquanto suas forças continuam combatendo o Hamas.
Nessa sexta-feira (15), a Austrália anunciou que retomaria o financiamento à UNRWA, a principal agência de ajuda das Nações Unidas em Gaza. Isso ocorre após a Austrália e outros doadores suspenderem o financiamento dois meses atrás, quando Israel acusou alguns de seus funcionários de envolvimento no ataque de 7 de outubro por parte do Hamas contra Israel.
A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Penny Wong, enfatizou a necessidade de Israel permitir a entrada de mais alimentos em Gaza.
“O governo australiano foi informado pelo Programa Mundial de Alimentos que há grandes estoques de alimentos fora das fronteiras de Gaza, mas não há meio de transportá-los através da fronteira e entregá-los em grande escala sem a cooperação de Israel. Pedimos a Israel que permita mais ajuda a Gaza agora”, afirmou ela.
Israel alegou que caminhões contendo ajuda humanitária entraram em Gaza, mas não foram distribuídos, culpando as agências humanitárias por falhas logísticas.
A guerra teve início quando militantes do Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro, resultando em cerca de 1.200 mortes e 253 reféns.
