O programa Voa Brasil teria oferecido passagens aéreas por até R$ 200 para certas categorias de pessoas, que não viajaram nos últimos 12 meses. No entanto, executivos das companhias aéreas afirmam que o projeto seria inviável economicamente sem o compromisso do governo, em reduzir o preço do querosene de aviação (QAV), melhorar o acesso ao crédito e solucionar o excesso de processos judiciais enfrentados pelas empresas. A alta judicialização no setor aéreo, responsável por bilhões em custos, é um problema central, com o Brasil concentrando cerca de 70% de todas as disputas judiciais no mundo nesse setor.
Nas negociações, o governo queria que as companhias aéreas, iniciassem o Voa Brasil mesmo com apenas uma dessas condições cumpridas. No entanto, nenhuma das condições foi atendida pelo governo, levando a um desentendimento entre as partes. O Ministério da Fazenda considerou a possibilidade de usar o Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), como garantia para empréstimos às companhias pelo BNDES, mas essa alternativa também não se concretizou.
Apesar do anúncio inicial de lançamento do Voa Brasil para 5 de fevereiro pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o Palácio do Planalto cancelou a data e deu como desculpa, “questões de agenda do presidente da República”.