O desempenho do setor de varejo e serviços no Brasil apresentou resultados mistos em outubro, de acordo com dados do IGet, indicador desenvolvido pelo Santander em parceria com a Getnet. O índice revelou uma retração de 4,5% no varejo brasileiro em relação ao mês anterior, com destaque para o setor de serviços prestados às famílias. A queda foi impulsionada principalmente pelo segmento de alojamento e alimentação, que enfrentou uma diminuição de 4,2%, marcando a segunda queda consecutiva. Essa desaceleração reflete o cenário desafiador que o Brasil enfrenta em diversos setores do consumo, especialmente no início do quarto trimestre.
Apesar da queda acentuada em serviços, outros segmentos mostraram sinais de recuperação. Áreas como atividades culturais e de lazer apresentaram um crescimento de 1,9%, interrompendo a sequência de resultados negativos observada nos meses anteriores. Esses dados apontam para uma possível recuperação no mercado de serviços, embora o impacto de uma desaceleração econômica global ainda seja uma preocupação para os economistas, que projetam uma diminuição na demanda ao longo dos próximos meses.
No comércio varejista, por outro lado, os resultados foram mais positivos. O IGet ampliado, que considera segmentos como materiais de construção e o setor automotivo, apresentou um crescimento de 0,8%. Este avanço foi impulsionado pela alta de 3% nas vendas de automóveis e peças, e um aumento de 0,7% no segmento de materiais de construção. Esses números indicam uma retomada gradual do setor, após um período de baixo crescimento. No entanto, o IGet restrito, que exclui esses segmentos, registrou uma queda de 1,3%, o que evidencia que nem todos os setores do varejo estão em fase de recuperação.
Embora o desempenho mensal tenha sido marcado por variações positivas e negativas, o resultado anual foi mais desafiador, com uma queda de 4% no IGet. O cenário continua exigente, principalmente com o arrefecimento da demanda e o impacto da redução do impulso fiscal no consumo. Mesmo com o mercado de trabalho relativamente aquecido, os economistas do Santander indicam que o Brasil pode enfrentar um período de desaceleração no comércio varejista e nos serviços, à medida que se aproxima o fim do ano.