Em 2024, o vale-refeição fornecido pelas empresas só foi suficiente para cobrir dez dias úteis de alimentação por mês, segundo levantamento da Pluxee, empresa especializada em benefícios corporativos.
O estudo revela que, em média, as empresas depositaram R$ 496,83 por mês para seus funcionários, o equivalente a R$ 22,58 por dia. No entanto, o custo médio de um almoço ultrapassou os R$ 51. Para compensar a diferença, seria necessário um reajuste de 28% no benefício, resultando em um repasse adicional de R$ 638,59.
Essa situação evidencia o impacto da inflação dos alimentos, que tem corroído o poder de compra dos trabalhadores nos últimos anos. Em 2018, o vale-refeição cobria 18 dias úteis de alimentação; em 2022, caiu para 13 dias, e em 2023, para apenas 11.
O levantamento também destaca disparidades regionais. Nas regiões Norte e Nordeste, onde o preço dos alimentos é mais alto e o valor médio do benefício é menor, o vale-refeição cobriu apenas 9 dias úteis por mês. No Sul e Sudeste, a média foi de 10 dias, enquanto no Centro-Oeste, chegou a 11 dias.
“A inflação acumulada nos últimos anos tem pressionado o custo das refeições, enquanto os valores dos benefícios oferecidos pelas empresas permanecem praticamente estáveis. Isso cria um descompasso que afeta diretamente o orçamento dos trabalhadores, principalmente nas regiões mais vulneráveis economicamente”, explicou Antônio Alberto Aguiar, diretor-executivo da Pluxee.
O descompasso entre o valor do benefício e o custo real das refeições tem levado muitos trabalhadores a complementarem do próprio bolso suas despesas alimentares, sobrecarregando ainda mais seus orçamentos.
Para mitigar esse impacto, especialistas defendem a revisão periódica dos valores do vale-refeição, considerando a inflação dos alimentos e as diferenças regionais. Além disso, políticas públicas de incentivo às empresas que reajustam os benefícios poderiam ajudar a aliviar essa pressão sobre os trabalhadores.
Com a continuidade da alta nos preços dos alimentos, espera-se que o debate sobre o reajuste do vale-refeição ganhe força em 2025, pressionando empresas e sindicatos a buscarem soluções mais adequadas para garantir a segurança alimentar dos trabalhadores.