A gigante da mineração Vale está considerando expandir o uso de baterias industriais para abastecer portos e locais de mineração, revelou Ludmila Nascimento, diretora de Energia e Descarbonização da empresa, em um movimento que impulsionaria uma indústria ainda em estágio inicial no Brasil.
Desde o ano passado, a empresa tem utilizado um sistema de baterias instalado no porto do Terminal Ilha Guaíba (TIG), no estado do Rio de Janeiro, como medida de redução de custos.
Na TIG, a Vale utiliza baterias com capacidade combinada de 10 megawatts-hora para armazenar energia durante o dia e utilizá-la nos horários de pico de demanda, quando a energia é mais cara.
Nascimento afirmou que outros portos poderiam utilizar baterias com capacidade igual ou um pouco maior.
O fato de a Vale, uma das maiores empresas do Brasil, ter utilizado o sistema durante sete meses sem falhas, pode dissipar os receios no país sobre a confiabilidade da tecnologia, afirmou o presidente-executivo da Micropower Energy, Sergio Jacobsen, fornecedora do sistema.
O sistema levou a um corte de 40% nos custos com energia na TIG, conforme comunicado da Vale, representando cerca de 3 milhões de reais (US$ 605 mil) em economia por ano. O investimento inicial, não divulgado pela Vale, foi feito pela Micropower Energy e será reembolsado com a economia de energia.
Embora o mercado de baterias em grande escala no Brasil ainda esteja em estágios iniciais, a tecnologia é mais amplamente utilizada em outros países, observou Jacobsen.
O sistema de armazenamento da TIG é o segundo maior do Brasil, com o primeiro sendo um sistema de 60 MWh inaugurado pela distribuidora de energia Isa Cteep no ano passado.
À medida que o Brasil se torna mais dependente de energia eólica e solar, será necessário armazenar energia que, de outra forma, seria desperdiçada durante os horários em que a oferta supera a demanda, acrescentou ele.
