Nesta quarta-feira (6), a Unigel anunciou a interrupção temporária das operações em suas fábricas de fertilizantes nitrogenados na Bahia e no Sergipe. A empresa manterá uma equipe mínima para garantir a preservação dos ativos e cumprir obrigações legais, socioambientais, além de apoiar projetos sociais e educacionais nos dois estados.
A Unigel revelou que enfrentou prejuízos em 2023 e 2024, porém, manteve a maioria de seus funcionários na esperança de solucionar questões como a redução do preço do gás natural junto ao Governo Federal, um acordo de tolling e uma parceria em combustíveis renováveis com a Petrobras, iniciativas que ainda não se concretizaram.
A empresa destacou que, apesar dos esforços de diversos setores, incluindo entidades empresariais, políticas e federativas, o preço do gás natural no Brasil continua sendo um dos mais altos do mundo, chegando a ser seis vezes superior ao de países como o Oriente Médio e os Estados Unidos.
Quando ingressou no mercado de fertilizantes em 2020, a Unigel investiu cerca de R$ 600 milhões nas fábricas arrendadas da Petrobras na Bahia e no Sergipe, que empregavam diretamente cerca de 600 pessoas. Com a paralisação das operações, 255 funcionários foram demitidos.
A empresa explicou que o acordo de tolling com a Petrobras ainda aguarda o cumprimento de condições para entrar em vigor, e foi submetido à análise do Tribunal de Contas da União (TCU), embora a Unigel não participe do processo interno de governança da estatal.
A Unigel expressou sua esperança em relação à sensibilização do Governo Federal, do legislativo, dos governos estaduais e da própria Petrobras quanto à política de preços do gás natural para a indústria nacional.
Além disso, a Unigel ressaltou seu papel na redução da dependência do Brasil em relação às importações de fertilizantes nitrogenados em cerca de 15%, um componente vital para o agronegócio. A empresa também é a única produtora nacional de ARLA, um aditivo utilizado para reduzir a emissão de gases poluentes em motores a diesel.
