Para comentarista de economia da CNN, quem deve ser favorecido pela medida é o setor bancário
O novo programa de crédito consignado ao trabalhador CLT do setor privado vem num momento inoportuno, avaliou a comentarista de economia da CNN, Rita Mundim. O objetivo da linha é, através de garantias mais sólidas, assegurar taxas de empréstimo mais baixas ao brasileiro.
“A gente não sabe ate que nível essas taxas cairão para dar uma desanuviada para o trabalhador. Turbinar o crédito em momento de alta de juros é levar as famílias para um endividamento num nível muito elevado”, disse ao CNN Arena.
“Não tenho nada contra o que foi montado, aumentar a segurança para tentar diminuir a taxa. Mas, na prática, vamos ver se o trabalhador vai poder sentir esse alívio”, indagou.
Chamada “Crédito do Trabalhador”, a linha de empréstimo consignado traz a garantia de que o pagamento será feito com base em informações do eSocial, plataforma que centraliza a folha de pagamento.
Em caso de demissão, parte do FGTS do trabalhador poderá ser usada como garantia: 10% do saldo disponível e os 40% da multa rescisória.
Para a comentarista de economia, quem deve ser favorecido pela medida é o setor bancário. Não obstante, a comentarista atribuiu a alta dos bancos na bolsa nesta quinta-feira (13) à assinatura da medida provisória (MP) que lançou o consignado privado.
“Os bancos comemoraram a aprovação do ‘Crédito do Trabalhador’, e aí os investidores correram para comprar. As garantias aumentaram, mas não pode dizer, necessariamente, que a taxa vai cair. A tendência da Selic é subir. E para o pobre coitado do trabalhador, essa garantia […], isso vai ser bom para os bancos”, concluiu Mundim.