Estratégia reforçou colchão de liquidez, que correspondia a 7,8 meses de dívida que venceu em agosto, garantindo margem para atravessar períodos de maior incerteza em 2026, segundo entidade
O Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira (30) a revisão dos limites do PAF (Plano Anual de Financiamento) 2025.
O novo intervalo projeta que o estoque da DPF (Dívida Pública Federal) poderá variar entre R$ 8,5 trilhões e R$ 8,8 trilhões até o fim do ano, acima do limite máximo estimado na versão inicial, publicada em janeiro, que ia até R$ 8,5 trilhões.
A revisão foi motivada pelo maior volume de emissões desde o início do ano, aproveitando condições de mercado mais favoráveis, como a queda das taxas futuras na curva de juros e menor volatilidade.
“Diante de queda nas taxas futuras nas partes intermediária e longa da curva de juros e de um ambiente de menor volatilidade em relação ao último trimestre de 2024, o Tesouro Nacional identificou uma janela de oportunidade para aumentar o volume de emissões a partir do início do ano. A estratégia foi executada de forma compatível com a demanda de mercado, sem exercer pressões significativas sobre os preços”, diz o documento.
O Tesouro informou que a estratégia reforçou o colchão de liquidez, que correspondia a 7,8 meses de dívida que venceu em agosto, garantindo margem para atravessar períodos de maior incerteza em 2026.
“Esse patamar mais elevado mitiga o risco de refinanciamento e dá maior flexibilidade à gestão da dívida, inclusive para suavizar emissões em períodos de maior volatilidade. O reforço ganha relevância ao antecipar 2026, ano em que eventuais oscilações de mercado podem pressionar os custos de emissão e reduzir a demanda por títulos”, explicam os técnicos da pasta.
Segundo o documento, o prazo médio da dívida foi mantido entre 3,8 e 4,2 anos, e o percentual de vencimentos em 12 meses segue no intervalo de 16% a 20%.
A composição da dívida também não sofreu alterações: títulos prefixados devem responder por 19% a 23%, os atrelados à inflação por 24% a 28%, os pós-fixados (flutuantes) por 48% a 52% e os cambiais por 3% a 7%.
Até setembro, os papéis pós-fixados (LFTs) representaram 39% das emissões, bem abaixo dos 65% registrados em 2024. Já os títulos prefixados corresponderam a cerca de 40%, e os indexados à inflação, a 21%.