O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu acolher uma representação apresentada pelo deputado federal Sanderson (PL-RS) e iniciou um procedimento para investigar o uso de recursos públicos no festival conhecido como “Janjapalooza”. O evento, realizado como parte da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, gerou polêmica devido aos gastos elevados e à origem dos recursos, que envolveram apoio de estatais e de outras entidades públicas.
A ação do deputado visa esclarecer se o uso dos recursos foi legal e se respeitou os princípios constitucionais da administração pública, como legalidade, moralidade e eficiência. O evento, promovido pela primeira-dama Janja da Silva, contou com o patrocínio de importantes estatais, como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica, Petrobras e Itaipu, além do apoio da Prefeitura do Rio, União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e até de organismos internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
O principal questionamento levantado pelo deputado Sanderson é que, em um contexto de crise fiscal e necessidade de austeridade, os gastos com o evento – estimados em pelo menos R$ 30 milhões – são incompatíveis com a atual situação econômica do país. Em sua representação, o parlamentar destaca que cada artista recebeu cachê de pelo menos R$ 30 mil, o que, segundo ele, representa um desperdício de dinheiro público em um momento em que o Brasil necessita de cortes de despesas e investimentos em áreas mais urgentes, como saúde e educação. Outros deputados também se manifestaram criticando a escolha de gastar grandes quantias com shows e performances artísticas, em vez de direcionar os recursos para projetos concretos de combate à fome e apoio às famílias vulneráveis.