A turnê “Gilberto Gil Tempo Rei” virou alvo de investigação após revelações de que os Correios, estatal em grave crise financeira, destinaram R$ 4 milhões para patrocinar o evento artístico, segundo Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
O patrocínio milionário, em forma de “cota master”, gerou indignação entre funcionários da empresa, que enfrentam falta de plano de saúde por calote no pagamento, além de salários congelados e denúncias de má gestão.
A denúncia levou parlamentares da oposição a acionarem o Tribunal de Contas da União (TCU), exigindo apuração sobre o uso de recursos públicos. A iniciativa partiu do deputado Junio Amaral (PL-MG), que acusa o governo de “instrumentalizar estatais para beneficiar apoiadores políticos”.
“É inadmissível que a gestão do PT use uma empresa quebrada para financiar artistas alinhados ao governo. A prioridade deveria ser pagar o que devem aos funcionários e recuperar a estatal”, afirmou Amaral.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) também reagiu com dureza, cobrando explicações do ministro das Comunicações, Juscelino Filho:
“Destinar milhões a uma turnê de Gilberto Gil, enquanto os trabalhadores dos Correios estão com o plano de saúde suspenso, é uma afronta e um deboche. Que prioridade é essa?”, disparou.
A gestão dos Correios, comandada por Fabiano dos Santos, indicado do PT, enfrenta críticas por uma suposta gestão temerária, após admitir prejuízos superiores a R$ 2,2 bilhões. Mesmo assim, a empresa investiu pesado no patrocínio cultural, levantando suspeitas de favorecimento político e desvio de finalidade.
A oposição agora pressiona para que o TCU apure a legalidade e a responsabilidade administrativa do uso desses recursos, em meio à alegada falência técnica da estatal.
A turnê de Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura nos governos petistas, está sendo interpretada por opositores como mais um capítulo da série de benefícios concedidos a aliados do governo Lula por meio do uso político de estatais públicas.