Confira os temas que devem mexer com os mercados nesta sexta-feira (31)
A quinta-feira foi de fortes ganhos, graças ao comunicado visto como brando do Comitê de Política Monetária (Copom) mas, principalmente, a falas do presidente Lula sobre Vale (VALE3), Petrobras (PETR4), responsabilidade fiscal e o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.
Investidores receberam de forma positiva as declarações do presidente Luiz Inácio Lula a jornalistas, em Brasília. Lula disse que o titular da Fazenda, Fernando Haddad, é um “ministro extraordinário”, rebatendo críticas feitas na véspera ao ministro pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab.
Lula afirmou ainda que a decisão de reajustar o diesel é da Petrobras e que a estatal não precisa avisá-lo sobre isso. Em outro momento, mantendo-se dentro da “cartilha” do mercado, Lula disse que tem consciência de que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, não pode dar um “cavalo de pau” nos juros.
Por aqui, após os dados de geração de emprego formal na quinta-feira, o destaque será a taxa de desemprego, apresentada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Nos EUA, o Deflator das Despesas com Consumo Pessoal (PCE) é o destaque desta sexta. A expectativa é de ligeira alta mensal (0,3% ante 0,1% anterior) e anual (2,6% contra 2,4% anteriores) no deflator.
O que vai mexer com o mercado nesta sexta
Agenda
Às 9h, o presidente Lula se reúne com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 9h30, recebe o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. Às 10h30, encontra-se com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. Às 11h30, reúne-se com o assessor-chefe adjunto da Assessoria Especial da Presidência, Audo Faleiro. Às 15h, tem agenda com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. Todas as reuniões ocorrem no Palácio do Planalto.
Já o Ministro Fernando Haddad tem reunião com Dyogo Oliveira, Presidente da CNSeg, às 9h30. Na parte da tarde, tem reunião com Rubens Ometto, Presidente do Grupo Cosan, às 15h.
A diretoria do Banco Central está em período de silêncio até a divulgação da Ata da última reunião do Copom.
Brasil
- 8h30 – Dívida Líquida/PIB (Dez)
- 8h30 – Balanço Orçamentário (Dez)
- 9h – PNAD
EUA
- 10h30 – Núcleo do PCE
- 10h30 – Michelle Bowman, do Fed, concede palestra em evento
Internacional
Taxas de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou tarifas de 25% para os produtos provenientes do México e do Canadá, que começam a vigorar já neste sábado, 1º de fevereiro.
Trump também mencionou que os EUA estão em processo de aplicar tarifas à China, e afirmou: “(O país asiático) precisa parar de enviar fentanil (um opioide) para o nosso país e matar nosso povo”. De acordo com o presidente, esse será o motivo para que as tarifas sobre a China sejam implementadas em breve.
Economia
Déficit
O governo central registrou um déficit primário de 11,032 bilhões de reais em 2024, ou 0,09% do Produto Interno Bruto (PIB), o que garante o cumprimento da meta fiscal estabelecida para o ano, informou nesta quinta-feira o Tesouro Nacional.
A conta exclui quase 32 bilhões de reais em despesas extraordinárias que não serão contabilizadas na apuração da meta fiscal, especialmente os gastos para mitigar efeitos das enchentes do ano passado no Rio Grande do Sul.
Medidas fiscais necessárias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou disposição em adotar as medidas fiscais necessárias em sua fala sobre o tema nesta quinta-feira, afirmou o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacando que a sinalização dada por Lula foi “positiva”.
Ceron afirmou que Lula tem “preocupação legítima” em não prejudicar políticas sociais, mas também está atento à situação fiscal.
Diesel
As vendas de diesel por distribuidoras no Brasil cresceram 2,7% em 2024 ante 2023, para um recorde de 67,26 bilhões de litros, segundo dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quinta-feira.
As vendas de gasolina, por sua vez, recuaram 4% em 2024 ante o ano anterior, para 44,2 bilhões de litros, em meio a uma perda de competitividade versus o etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas.
Reciprocidade em tarifas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira que se o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir impor tarifas de importação sobre produtos brasileiros, o Brasil vai responder com reciprocidade e aplicar taxas sobre os produtos norte-americanos.
“Se ele (Trump) taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil… Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse Lula em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.
O Brasil teve um pequeno déficit comercial com os Estados Unidos, de 254 milhões de dólares, no ano passado, o que tem, por enquanto, deixado o país de fora do radar das ameaças de imposições de tarifas por Trump.
Leilão do BC
O Banco Central anunciou a oferta de até R$ 4 bilhões em títulos públicos em uma operação compromissada, com recompra em três meses, nesta sexta-feira, 31, de 12h às 12h30. Cada instituição financeira pode adquirir até 100% do valor de cada proposta aceita de um mesmo título ou vencimento.
Política
Reforma ministerial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “se tiver uma pessoa no governo que não está atendendo, a gestão troca”. A fala foi feita em coletiva com jornalistas no Palácio do Planalto. A expectativa é que uma reforma ministerial seja realizada no primeiro escalão do governo ainda no primeiro semestre deste ano.
A primeira troca já foi feita na Secretaria de Comunicação Social da Presidência, com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira.
Nova mesa diretora
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado acontece neste sábado (1º).
Os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS) são, até agora, os três deputados que se declararam oficialmente como candidatos à presidência da Câmara.
A disputa pelo comando do Senado inclui Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Eduardo Girão (Novo-CE), Marcos do Val (Podemos-ES) e Marcos Pontes (PL-SP).