Para economistas, a tendência é que o setor registre menor força nos próximos meses devido à situação econômica mais restritiva
A queda da produção industrial em maio (-0,5%) já reflete o impacto na economia do ciclo de alta dos juros praticado pelo Banco Central, segundo análise de economistas. Embora, na comparação anual, o setor ainda tenha registrado crescimento de 3,3%, os especialistas veem nos novos dados divulgados nesta quarta-feira (2) pelo IBGE uma desaceleração gradual da atividade econômica.
“É difícil extrapolar, no momento, esse resultado para os próximos meses, mas percebemos sinais incipientes de desaceleração, principalmente no segmento da indústria de transformação”, analisa Luis Otávio Leal, sócio e economista chefe da G5 Partners.
Na análise de Igor Cadilhac, economista do PicPay, esses dados se somam à queda de 1,2% nos insumos típicos da construção civil e apontam para uma piora na proxy do PIB de investimentos em maio.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, afirma que a retração reforça a perspectiva de que a indústria brasileira como um todo deve perder força ao longo de 2025, após crescer 3,1% no ano passado.
Queda em 13 setores
Entre as 25 atividades industriais pesquisadas, 13 tiveram retração frente ao mês anterior.
Bens de capital e bens de consumo duráveis registraram as quedas mais intensas, de -2,1% e -2,9%, respectivamente.
As pressões negativas vieram de veículos automotores (-3,9%), móveis (-2,6%), derivados do petróleo (-1,8%), bebidas (-1,8%), vestuário (-1,7%), e alimentos (-0,8%).