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terça-feira, 28 outubro, 2025
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Sem caixa para fechar o ano, Eletronuclear pede socorro de R$ 1,4 bi a União

Por Alexandre Gomes

Solicitação vem num momento em que fatia privada da empresa foi transferida para o grupo J&F

A Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas nuclear de Angra, pediu um socorro de R$ 1,4 bilhão ao governo federal para fechar as contas até o fim deste ano.

O pedido consta de um ofício enviado ao Ministério de Minas e Energia pela ENBPar, holding criada pelo governo para manter sob o controle da União a operação de usinas nucleares no processo de privatização da Eletobras.

No documento, o direção da Eletronuclear alerta para “risco de colapso operacional e financeiro” já a partir de novembro deste ano.

“As necessidades simultâneas de financiamento para o programa extensão de vida útil (LTO) de Angra 1 e para a manutenção de Angra 3, até o momento sem fonte definida, projetam o exaurimento do caixa da Companhia em novembro/2025”, afirma a companhia.

No pedido, a Eletronuclear pede um aporte mínimo de R$ 1,4 bilhão: “Os estudos apontam a necessidade adicional de aporte mínimo do controlador, estimado em R$ 1,4 bilhão, a fim de mitigar o risco de perda de controle da Eletronuclear. Essa exigência decorre do Termo de Conciliação e das condições de capitalização previstas para a operação”.

O pedido chega em um momento em que a fatia privada da empresa, que corresponde a 67,95% das ações, será vendida. A Âmbar Energia, braço da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, assinou contrato para comprar a participação detida pela Eletrobras, agora rebatizada de Axia Energia, por R$ 535 milhões.

A Eletronuclear é controlada pela União porque só o governo por administrar unidades de geração de energia nuclear.

A companhia esperava pagar a fatura com a emissão de R$ 2,4 bilhões em debêntures subscritas pela então Eletrobras e que agora serão assumidas pela J&F, mas a operação ainda não saiu do papel. A Eletronuclear tem a expectativa de concluir o processo até dezembro.

“Sem o ingresso dos recursos oriundos da emissão, a Companhia incorrerá em inadimplemento, sujeitando-se não apenas a multas e juros, mas também à aceleração de outras dívidas com BNDES, Caixa Econômica Federal e Santander”, diz o texto.

O agravamento da necessidade de caixa e eventual aporte de recursos pode tornar a Eletronuclear dependente do Tesouro Nacional para pagar despesas de pessoal e custeio. Por isso, a equipe econômica resiste em por dinheiro público nas estatais.

A Eletronuclear cita ainda no ofício dívidas de curto prazo contraídas com o Banco ABC e o BTG, no montante de aproximadamente R$ 570 milhões, com vencimento em dezembro/2025.

Procurados, o Ministério da Fazenda e a Enpar ainda não responderam.

A situação da empresa vem num momento em que o governo busca saídas para outra estatal, os Correios, que passam por uma crise financeira e buscam um empréstimo de R$ 20 bilhões.

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