Dólar Hoje Euro Hoje
sábado, 7 junho, 2025
Início » Selic a 15%? Mercado já vê maior chance de alta do que de manutenção no próximo Copom

Selic a 15%? Mercado já vê maior chance de alta do que de manutenção no próximo Copom

Por Alexandre Gomes

Derivativos na B3 mostram virada nas expectativas, com mercado precificando maior chance de alta de juros na reunião de 18 de junho

O mercado financeiro passou a projetar, nesta sexta-feira (6), probabilidade maior de alta de 0,25 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 18 de junho, do que de manutenção da taxa básica nos atuais 14,75% ao ano.

Segundo projeções embutidas nos contratos de opção de Copom negociados na B3, a expectativa de aumento da Selic superou a de estabilidade ao longo da semana, após começar a ganhar força na terça-feira (3). Às 14h41 de hoje, os contratos apontam para 62% de chance de alta de 0,25 ponto, ante 33% para manutenção. Na véspera, os mesmos derivativos apontavam 53,2% de chance de manutenção e 44,5% de aumento.

A mudança de percepção é atribuída, em parte, às declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que disse na segunda-feira (2) que o Copom ainda está discutindo o ciclo de alta, e não os cortes de juros. O discurso foi interpretado por agentes de mercado como sinal de que o BC pode voltar a subir a Selic.

“Ganhou força o 25 (pontos-base de aumento da Selic), até pelo tom que o Galípolo vem adotando, de cautela”, aponta Rafael Sueish, head de renda fixa da Manchester Investimentos.

“O sentimento de quem toma risco mudou. Os economistas de mesa claramente mudaram de posição sobre o Copom”, reforça Lais Costa, analista da Empiricus Research.

A mudança de cenário segundo a Opção de Copom foi gradativa se deu ao longo da semana. Na segunda, o mercado apostava em 65% de chance de manutenção, percentual que caiu para 64,5% na terça e 59% na quarta. Na quinta, já era 53,2% e, hoje, despencou para 33%, coincidindo com os dados que apontam para uma economia aquecida nos EUA, que pressiona os juros também por lá.

No Tesouro Direto, os reflexos já são sentidos: os títulos prefixados voltaram a superar 14% ao ano, e os papéis atrelados à inflação (IPCA+) pagam mais de 7% de juro real em todos os vencimentos.

Na Ativa, porém, a avaliação é de que o BC deverá decidir pela manutenção. “Não é o que esperamos, pois acreditamos que o BC já fez o trabalho dele e agora deve esperar os efeitos da política contracionista”, diz o economista da casa Guilherme Silva. “Por isso esperamos estabilidade por um período prolongado.”

Treasuries e dólar em alta

A alta dos juros também acompanha o movimento dos mercados internacionais. Os rendimentos dos Treasuries norte-americanos voltaram a subir nesta sexta-feira após o payroll dos Estados Unidos mostrar criação de 139 mil vagas em maio, acima da expectativa. Os salários também vieram acima do projetado, com manutenção da taxa de desemprego.

Com isso, os yields dos Treasuries de dois anos e dez anos foram a 4,037% e 4,494%, respectivamente. O dólar, por sua vez, voltou a ultrapassar R$ 5,60, após ter fechado abaixo desse patamar na véspera, no menor nível em quase oito meses.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.