No primeiro dia de abril, o fluxo de capital estrangeiro enfrentou outro revés, uma saída de R$ 1,2 bilhão da bolsa brasileira foi registrada, elevando o saldo negativo para R$ 24,5 bilhões.
Segundo os dados da Necton desde 2008, o acumulado de 2024 é o pior da série histórica. A última vez que houve um saldo negativo foi em 2019, quando ocorreu uma saída de R$ 6,5 bilhões. Assim, 2024 interrompe uma sequência de quatro anos de entrada líquida de recursos.
O analista Rafael Passos, da Ajax Asset, aponta que a motivação para essas saídas vem principalmente de um mercado resiliente nos Estados Unidos, indicando uma economia robusta e vigorosa. Essa visão foi corroborada pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em sua apresentação no Stanford Graduate School of Business, nesta quarta-feira (03).
Segundo Powell, dado o vigor da economia e o progresso da inflação até o momento, eles têm tempo para permitir que os próximos dados orientem as decisões sobre a política monetária – isto é, as decisões serão tomadas de reunião a reunião.
“Se a economia evoluir como esperado”, disse Powell. Ele e seus colegas do Fed concordam que uma taxa de juros mais baixa será apropriada “em algum momento deste ano”.
Passos questiona: “Por que ele retiraria fundos de lá, onde está obtendo ganhos, para investir em mercados emergentes neste cenário?”
Na manhã de quarta-feira (03), as taxas dos Treasuries haviam subido para 4,54% no prazo mais longo. No entanto, após os comentários de Powell, os números estavam operando lateralmente.