Setor enfrenta alta das importações chinesas
O presidente do conselho de administração da Gerdau, André B. Gerdau Johannpeter, alertou que a cadeia produtiva de aço no Brasil pode desaparecer. Segundo ele, o setor enfrenta risco de desmobilização diante de fatores externos e internos.
De acordo com Johannpeter, conflitos geopolíticos, tarifas internacionais e avanço de importações consideradas predatórias tornam 2025 o ano mais conturbado para a siderurgia nacional. A informação foi divulgada na coluna do jornalista Carlo Cauti publicada na Edição 285 da Revista Oeste.
Ele destacou que a participação do aço importado, principalmente de origem chinesa, no consumo interno mais do que dobrou nos últimos anos. Essa participação é chamada de taxa de penetração — ou seja, a fatia de mercado ocupada pelo produto estrangeiro em relação ao total consumido no país. Atualmente, essa taxa varia entre 22% e 25%, enquanto no passado era de 10%.
O dirigente também ressaltou que a indústria siderúrgica brasileira opera com uma ociosidade de 35%. Ociosidade é o percentual da capacidade de produção que fica parada por falta de demanda. No setor, o nível considerado adequado é de 20%. Quando a ociosidade chega a 35%, significa que mais de um terço dos fornos e equipamentos estão desligados ou funcionando abaixo do potencial. Segundo Johannpeter, esse cenário coloca o setor em um ponto de quase insustentabilidade.