A inflação dos alimentos voltou a impactar o bolso do brasileiro em outubro. Um levantamento realizado pela Neogrid revelou aumentos significativos nos preços de ovos e carnes, com destaque para a picanha e outras carnes bovinas, que apresentaram alta de 5,6%, subindo de R$ 33,38 para R$ 35,24 o quilo. O preço dos ovos também registrou aumento expressivo, de 7,7%, passando de R$ 0,77 para R$ 0,83 por unidade.
Fatores que impulsionaram os preços
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o cenário reflete uma combinação de fatores. Entre eles, o aumento do abate de fêmeas no terceiro trimestre de 2023, que reduziu a oferta de bezerros e, consequentemente, a quantidade de bovinos disponíveis no mercado. Além disso, a seca severa e as queimadas prejudicaram a produção de pasto, forçando pecuaristas a recorrerem ao confinamento do gado, um método de criação mais caro.
A demanda externa também exerce pressão sobre os preços. Segundo Anna Fercher, analista da Neogrid, as exportações aquecidas diminuem a oferta de carne no mercado interno. “O aumento das exportações contribui para a elevação dos preços aqui dentro, já que a disponibilidade de carne no Brasil é reduzida”, explicou.
Outros produtos em alta e baixa
Além das carnes e ovos, outros alimentos básicos também registraram aumento em outubro. O óleo de cozinha subiu 4,7%, enquanto o frango apresentou alta de 3,3%. Por outro lado, alguns itens aliviaram o orçamento dos consumidores. Os preços dos legumes caíram 6,6%, e a farinha de mandioca registrou redução de 3,7%.
Os produtos lácteos, como leite em pó e leite UHT, também tiveram leve recuo, com quedas de 1,6% e 1,4%, respectivamente.
Acumulado do ano reflete impacto maior
No acumulado do ano, o café lidera as altas, com aumento de 36%, seguido pelo leite UHT (25%) e pelos ovos (19,7%). Refrigerantes e queijos também apresentaram altas significativas de 17,5% e 17%, respectivamente.
Na região Sudeste, a carne bovina teve alta de 8% no acumulado recente, seguida por óleo (4,6%) e frango (3,6%).
Impacto no consumidor
A alta nos preços reforça o desafio de manter uma alimentação equilibrada diante da inflação alimentar. O aumento dos preços de itens básicos, como ovos e carne, afeta diretamente o consumo das famílias, que precisam ajustar o orçamento.
Especialistas sugerem que os consumidores busquem diversificar suas fontes de proteína e aproveitem promoções de produtos cuja oferta é maior, como os legumes, que têm registrado quedas nos preços.