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quarta-feira, 2 outubro, 2024
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Por que as contas de luz no Brasil não vão parar de subir?

Por Marina B.

O sistema elétrico brasileiro está em uma encruzilhada desafiadora, desafiando as leis básicas de oferta e demanda. Um estudo recente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revela que nos próximos anos, a oferta de energia no país crescerá quase três vezes mais do que o consumo esperado. No entanto, essa abundância não garante necessariamente contas de luz mais baratas para os brasileiros. De 2023 a 2028, prevê-se um aumento significativo na demanda, enquanto a capacidade instalada de geração de energia aumentará substancialmente mais. Parece uma equação simples: mais oferta deveria significar tarifas mais baixas. No entanto, o que está acontecendo é bem diferente.

O aumento da geração de energia renovável, como eólica e solar, é uma parte fundamental desse desequilíbrio. Embora essas fontes sejam consideradas limpas e benéficas para o meio ambiente, sua natureza intermitente cria desafios. Nos momentos em que não há vento ou sol suficientes, as termelétricas mais caras entram em ação para compensar a lacuna, resultando em custos mais elevados para os consumidores.

Além disso, o crescimento da geração distribuída, onde os consumidores produzem sua própria energia, também está contribuindo para a complexidade do sistema. Como mais pessoas aderem a essa modalidade, as distribuidoras enfrentam uma redução em sua base de clientes, enquanto ainda precisam arcar com os custos e subsídios do sistema.

Essas distorções são agravadas pela priorização de certas fontes de energia, muitas vezes incentivadas por decisões políticas. O sistema elétrico brasileiro, como um condomínio onde o ONS atua como síndico, está enfrentando o desafio de equilibrar a oferta e a demanda em meio a essa paisagem em transformação.

O desperdício de energia também é uma preocupação. Hidrelétricas estão vertendo energia turbinável em níveis recordes, enquanto uma parcela significativa do consumo poderia ser atendida por essas fontes. Mesmo com energia excedente, os consumidores estão pagando mais caro pela eletricidade.

O descompasso entre oferta e demanda não é apenas uma questão técnica, mas também econômica e política. Enquanto o país busca aumentar suas exportações de energia e promover a eletrificação em vários setores da economia, é crucial que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento sustentável e a estabilidade do sistema elétrico.

Embora o envolvimento do Congresso em políticas energéticas possa ser legítimo, medidas relacionadas ao planejamento do setor devem permanecer sob a jurisdição do Poder Executivo. É fundamental que existam marcos legais claros, incentivos adequados e um ambiente regulatório estável para garantir um futuro energético sustentável para o Brasil.

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