A Polishop adotou uma medida preventiva como preparação para uma possível reestruturação, que poderá ser realizada tanto de forma extrajudicial quanto judicial, junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O pedido preliminar foi deferido na última quarta-feira (2) pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperação Judicial.
Com isso, a empresa encontra-se agora protegida contra ações judiciais por parte de seus credores, incluindo medidas como despejo, penhora e arresto de bens. O magistrado também determinou que as plataformas de marketing e tecnologia que interromperam seus serviços devido à falta de pagamento pela empresa restaurem esses serviços em 24 horas. Adicionalmente, os credores financeiros estão proibidos de executar cláusulas contratuais que preveem o vencimento antecipado de dívidas devido ao não cumprimento de obrigações.
Desde o ano passado, a Polishop está passando por um processo de reestruturação, tendo fechado mais da metade das 280 lojas que possuía em todo o país até meados de 2023. Conhecida tradicionalmente por suas ofertas em canais de televisão, a empresa também buscava aumentar sua rentabilidade com produtos de marca própria. Para auxiliar nesse processo, a Cabezón Administração Judicial foi designada na ação como administradora judicial temporária.
Entre as empresas que tomaram medidas de execução ou suspenderam serviços para a Polishop e foram mencionadas na decisão da medida cautelar estão Google, Meta (dona do Facebook e Instagram), Claro, Oi, UOL, Microsoft, Vtex, Elemidia, Tivit, Zenvia Mobile, entre outras.
O presidente e fundador da Polishop, João Appolinário, declarou ao Estadão que a empresa está buscando uma “reestruturação extrajudicial” com seus credores. Segundo o pedido de medida cautelar feito pela empresa, seu endividamento bancário diminuiu de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024.
Appolinário ressaltou, no entanto, que os bancos são os credores mais difíceis de negociar. Além da dívida com os bancos, ele mencionou um endividamento de aproximadamente R$ 50 milhões com os shoppings centers. Ele atribui as dificuldades enfrentadas pela empresa à pandemia, ao aumento do IGP-M (índice de correção de contratos de aluguel) e à crise de crédito decorrente do caso Americanas.