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terça-feira, 15 outubro, 2024
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Petrobras em queda livre: Redução nos dividendos sacode o Brasil e abala o mundo financeiro

Por Marina B.

A redução nos pagamentos da Petrobras teve um impacto significativo na posição geral do Brasil e afetou o crescimento dos proventos globais no ano passado, conforme revelado pelo Índice de Dividendos Globais da Janus Henderson.

Depois de ser a segunda maior pagadora de dividendos do mundo em 2022, a Petrobras (PETR3, PETR4) reduziu sua distribuição em 2023 e saiu da lista das principais pagadoras globais, de acordo com o Índice Internacional de Dividendos da Janus Henderson, divulgado recentemente. A petroleira já tinha caído para a 23ª posição no ranking após registrar a maior redução de proventos do mundo no segundo trimestre de 2023.

O corte do ano passado foi de aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões), o que não apenas excluiu a Petrobras do ranking, mas também contribuiu para colocar o Brasil na parte inferior da lista dos países com os maiores pagamentos, depois de uma queda de 40% nas distribuições no ano passado.

“O impacto dos cortes das grandes empresas fez com que o Brasil fosse o país mais fraco em nosso índice global em 2023, com pagamentos reduzidos em dois quintos numa base global”, afirma o relatório.

Além da Petrobras, a Vale (VALE3) também reduziu seus pagamentos aos acionistas em cerca de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões), enquanto a Ambev (ABEV3) fez um “pequeno corte”, conforme informou a gestora.

A Janus Henderson observa que o saldo negativo das três companhias obscureceu o forte crescimento nos pagamentos dos bancos, sem fornecer detalhes sobre o volume distribuído pelas instituições financeiras. Em 2023, as empresas brasileiras pagaram US$ 20,7 bilhões (cerca de R$ 103 bilhões) em dividendos, uma redução de 40,5% em relação aos US$ 34,8 bilhões do ano anterior.

Impacto Global

A redução nos pagamentos da Petrobras também teve um impacto no volume global. “Grandes cortes de apenas cinco empresas reduziram a taxa de crescimento subjacente global em dois pontos percentuais.” As cinco empresas foram: BHP, Petrobras, Rio Tinto, Intel e AT&T.

No entanto, globalmente, 86% das empresas aumentaram os dividendos ou os mantiveram estáveis em 2023. Os acionistas globais receberam um total de US$ 1,66 trilhão em dividendos, um aumento de 5% em relação a 2022.

Para 2024, espera-se um crescimento mais moderado, de 4%, para US$ 1,72 trilhão, mas o sentimento geral é positivo. Os pagamentos do quarto trimestre de 2023 foram maiores do que os dos períodos anteriores.

“O ritmo acelerado de crescimento dos dividendos nos EUA no quarto trimestre é um bom sinal para todo o ano. As empresas japonesas começaram a devolver capital aos acionistas, é provável que a Ásia aumente seus pagamentos, e os dividendos na Europa estão bem apoiados”, diz Ben Lofthouse, chefe de renda global de ações da Janus Henderson.

Quanto à Petrobras e ao Brasil, as perspectivas não são tão positivas. Na semana passada, a petroleira anunciou que não fará pagamentos extraordinários juntamente com os pagamentos obrigatórios do quarto trimestre de 2023.

A mudança no estatuto no ano passado, reduzindo o percentual de distribuição do fluxo de caixa livre de 60% para 45%, indica que a remuneração aos acionistas pela empresa deverá diminuir nos trimestres futuros.

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