As ações da Petrobras enfrentaram uma forte queda de 12% na abertura do mercado nesta sexta-feira, 8 de março, após a empresa divulgar cortes na distribuição de dividendos e uma redução no lucro. O balanço do quarto trimestre de 2023 e o consolidado do ano passado, divulgados na noite da quinta-feira (7), revelaram uma queda de 28% no lucro trimestral e 34% na comparação anual com 2022.
O mercado reagiu instantaneamente à notícia.
Os recibos de ações (ADRs) da Petrobras despencaram 10% no pós-mercado nos Estados Unidos, indicando um dia difícil também para a empresa no Brasil. A empresa é uma das principais componentes do Ibovespa, o índice acionário da bolsa brasileira, e suas ações têm um grande impacto no mercado local.
Os resultados divulgados pela Petrobras, mostraram que o conselho aprovou o pagamento de R$ 14,2 bilhões em dividendos, seguindo uma fórmula que estabelece o equivalente a 45% do fluxo de caixa livre, totalizando R$ 72,4 bilhões em dividendos pagos em 2023. No entanto, a ausência de dividendos extraordinários desapontou parte do mercado, que esperava um pagamento adicional de até US$ 4 bilhões.
O lucro líquido de US$ 8,3 bilhões surpreendeu positivamente, ficando 8% acima das projeções do banco, impulsionado por melhores resultados financeiros e menores impactos cambiais. No entanto, a decisão de não pagar dividendos extraordinários afetou a reação do mercado, especialmente porque o assunto foi discutido e rejeitado pelo conselho de administração durante a reunião.
Os bancos como Citi e Santander reagiram rebaixando suas recomendações para a Petrobras e cortando os preços-alvo das ações. O Itaú BBA, por exemplo, destacou que a decisão da empresa de reter integralmente R$ 43,9 bilhões em sua reserva estatutária poderia ter um impacto negativo nas ações, gerando preocupações sobre a estratégia de alocação de capital da empresa.
Os analistas observaram que, apesar dos bons resultados financeiros, a decisão da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários foi totalmente inesperada e aumentou as preocupações dos investidores sobre o futuro da empresa.
