Instituição Fiscal Independente vê fragilidade no Orçamento e aponta riscos na execução da meta fiscal
Marcus Pestana, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), disse à CNN que a peça orçamentária de 2026, apresentada pelo governo federal ao Congresso Nacional, é apertado, evidencia a fragilidade da situação fiscal do país e traz uma série de incertezas quanto à sua execução.
O especialista destacou que a meta prevista em lei é de um superávit de R$ 34 bilhões, equivalente a 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto) — o que seria o primeiro resultado positivo desde 2014.
Pestana destacou que o cumprimento dessa meta depende de fatores ainda incertos, entre eles:
- A aprovação integral da MP (Medida Provisória) 1303/2025, que prevê aumento de impostos;
- O desempenho da arrecadação no setor petrolífero;
- A majoração do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras);
- A aprovação de um projeto de lei que revê benefícios tributários, com expectativa de gerar R$ 20 bilhões em receitas adicionais.
A projeção oficial de crescimento do PIB, de 2,4%, é considerada otimista pela IFI, que estima expansão próxima a 2%.
O Orçamento também prevê um salário mínimo de R$ 1.631 em 2026, com aumento real de 2,6%.
Esse reajuste impacta diretamente quatro grandes despesas obrigatórias: o piso da previdência social, o BPC (Benefício de Prestação Continuada), o abono salarial e o seguro-desemprego.