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sexta-feira, 25 outubro, 2024
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O que se sabe sobre a moeda dos BRICS, apresentada na cúpula do bloco

Por Alexandre Gomes

Durante a cúpula dos BRICS realizada recentemente em Kazan, Rússia, foi apresentada uma cédula simbólica representando uma potencial moeda do bloco. A nota traz estampadas as bandeiras dos membros fundadores – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e simboliza o “trabalho coletivo” entre os países do grupo, segundo a agência estatal russa Sputnik. Esse gesto reflete o interesse do bloco em explorar alternativas ao dólar, que tem sido dominante no comércio e finanças globais.

A criação de uma moeda comum foi um dos temas debatidos a portas fechadas. A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, Dilma Rousseff, defendeu a ideia de uma moeda independente do dólar para transações entre os países-membros, e o presidente Lula também expressou apoio a uma alternativa ao dólar em suas transações bilaterais. Segundo ele, é essencial “avançar na criação de meios de pagamento alternativos” para fortalecer a ordem multipolar e refletir essa diversidade também no sistema financeiro.

Os BRICS têm considerado outras opções enquanto uma moeda própria do bloco não é plenamente formulada. A declaração da cúpula sinalizou o incentivo ao uso de moedas locais nas transações entre os países e seus parceiros. Essa estratégia também foi enfatizada por líderes como Vladimir Putin, que ressaltou a necessidade de alternativas para evitar dependência das sanções e restrições do Ocidente, mencionando o uso político do dólar como fator que mina a confiança na moeda.

Embora a cédula exibida em Kazan não tenha nome, e o estágio de maturação da moeda do bloco seja incerto, a busca por um sistema de pagamento independente segue como prioridade. Isso ocorre especialmente após a exclusão dos bancos russos do sistema Swift, devido à invasão da Ucrânia, e a crescente integração das economias dos BRICS que enfrentam sanções ocidentais. Segundo o pesquisador Paul Dyer, do Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Globais, o fortalecimento e diversificação das reservas internacionais, com mais espaço para moedas como o yuan e a rúpia, são um caminho provável, embora a demanda pelo dólar continue alta no cenário global.

Assim, enquanto o desenvolvimento de uma moeda dos BRICS continua em discussão, os países do bloco buscam formas de diversificar o comércio e investimentos, refletindo o papel crescente das economias emergentes e o desejo de autonomia financeira em um mundo multipolar.

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