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terça-feira, 22 abril, 2025
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O famoso 1% ao mês voltou: como fazer boas escolhas de renda fixa com Selic a 12,25%

Por Alexandre Gomes

Especialistas mostram quais investimentos são adequados para cada perfil de investidor nesse momento de juros em alta

Os ativos de renda fixa ganharam atratividade após a decisão do Copom de subir os juros básicos, a Selic, para 12,25% ao ano nesta quarta-feira (11). Investir, porém, exige estratégia e capacidade de tomar decisões. A escolha de papéis para a carteira de investimentos nunca deve ser aleatória.

Especialistas em renda fixa lembram que mesmo títulos públicos carregam riscos que não cabem no portfólio de todos os perfis de investidores. O momento é de diligência na escolha de títulos públicos e – principalmente – privados.

O InfoMoney consultou quem entende do assunto e conta o que você precisa saber para fazer boas escolhas de investimento em renda fixa no momento em que os juros voltam a render 1% ao mês.

Tesouro Direto

Nos títulos da renda fixa pública, destacam-se, de cara, os pós-fixados. O Tesouro Selic passa a render mais já nesta quinta-feira – 0,97% ao mês, bem próximo do sonhado 1% mensal – e é recomendado pela XP “principalmente para reserva de emergência ou liquidez, já que rende a uma taxa significativa”, segundo Camilla Dolle, head de renda fixa da XP.

Para ela, porém, é preciso considerar que este é um investimento conservador e há outra opção vantajosa. A primeira escolha da XP é o Tesouro IPCA+, “que tem retorno real acima de 7%, é bom para levar até o vencimento e protege contra a inflação”, destaca a especialista do banco.

Eles também são recomendados para quem aposta na queda dos juros no médio prazo e quer lucrar com a saída antecipada desses papéis, segundo Sharon Halpern, sócia da Blackbird Investimentos.

Se algum investidor ainda evita investir em uma taxa vista em 5% dos dias úteis nos últimos 14 anos por medo de nova abertura do juro real, Dolle recomenda “evitar a tentativa de encontrar o ponto ótimo de entrada no papel, que nem os mais experientes têm certeza de quando é” e lembra que a alocação depende da estratégia de cada um.

Nesse sentido, Halpern pondera que “quem tem muita inflação na carteira provavelmente ficará abaixo do CDI no ano que vem”, o que justificaria, nesse caso, aumentar a participação de pós-fixados.

Já os prefixados ainda são vistos com desconfiança, mesmo com taxas que superam com tranquilidade o 1% ao mês. “São os títulos que mais devem oscilar, já que estamos em um momento de incerteza fiscal e ainda esperamos a posse de Trump nos Estados Unidos, que deve trazer mais clareza sobre seu plano de governo”, lembra a head de renda fixa da XP. Para minimizar os riscos do Tesouro Prefixado, as especialistas recomendam vencimentos curtos.

Crédito privado

Quem quer ir além do 1% ao mês do Tesouro Selic investindo em pós-fixados pode procurar debêntures, CRIs e CRAs, mas precisará escolher bem os papéis que compra. Isso porque os agentes do mercado vêm destacando os prêmios baixos do crédito privado recentemente, algo que não deve mudar em 2025.

É preciso considerar, também, que as projeções para os juros básicos apontavam para baixo no início deste ano, o que incentivou empresas a tomarem crédito no mercado de capitais. Porém, 2025 já começa com a Selic em 12,25% e subindo, o que automaticamente encarece as dívidas: “havia uma expectativa de alívio que não se cumpriu”, diz Jefferson Honório, sócio da Brio Investimentos, que projeta empresas atravessando um cenário desafiador neste ciclo de alta de juros.

É essa junção de spreads amassados com dívidas mais caras que evidencia a necessidade das boas escolhas no crédito privado, uma missão que, embora difícil, não é impossível, segundo Sophia Annicchino, gerente institucional da Bloxs. Para ela, é hora de “ser arrojado com cautela”. Ela recomenda a estratégia de comprar papéis de médio porte posicionadas em setores considerados defensivos, como energia e saneamento.

“Um bom projeto não vem, necessariamente, de uma empresa grande e já consolidada, pode vir de companhias de faturamento médio com boas operações”, diz Annicchino. A gerente da Bloxs recomenda “apego aos fundamentos”, o que significa analisar friamente os números que a companhia entrega para concluir se a empresa tem capacidade de pagar a dívida que está tomando.

A exposição a empresas sem o selo AAA das agências de classificação de risco, porém, deve ser feita com cautela: “não recomendamos a busca por remuneração maior sem considerar os riscos”, alerta Dolle.

É essa junção de spreads amassados com dívidas mais caras que evidencia a necessidade das boas escolhas no crédito privado, uma missão que, embora difícil, não é impossível, segundo Sophia Annicchino, gerente institucional da Bloxs. Para ela, é hora de “ser arrojado com cautela”. Ela recomenda a estratégia de comprar papéis de médio porte posicionadas em setores considerados defensivos, como energia e saneamento.

“Um bom projeto não vem, necessariamente, de uma empresa grande e já consolidada, pode vir de companhias de faturamento médio com boas operações”, diz Annicchino. A gerente da Bloxs recomenda “apego aos fundamentos”, o que significa analisar friamente os números que a companhia entrega para concluir se a empresa tem capacidade de pagar a dívida que está tomando.

A exposição a empresas sem o selo AAA das agências de classificação de risco, porém, deve ser feita com cautela: “não recomendamos a busca por remuneração maior sem considerar os riscos”, alerta Dolle.

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