Adalberto Piotto reflete sobre a possibilidade de banimento do país do sistema Swift
Em artigo publicado na Edição 282 da Revista Oeste, Adalberto Piotto destaca que o Brasil, além das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a conviver com a possibilidade de algo pior: o banimento do sistema bancário global, o Swift.
A mera chance de tal sanção representa um retrocesso ante o status internacional que o país alcançou na década de 1990, quando diversificou exportações, venceu contendas na Organização das Nações Unidos e, segundo o autor, deixou claro seu lugar no planeta. Entretanto, é o resultado esperado de um governo que põe sua ideologia à frente da economia.
Leia um trecho da reportagem sobre a possibilidade de banimento do Swift
“Hoje, além do tarifaço de 50%, o Brasil passou a conviver com a possibilidade, ainda que remota, de ser banido do sistema Swift, o que representaria uma hecatombe para a economia brasileira. Da sigla em inglês, o Swift (“Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais”) é o organismo internacional que garante a operação de pagamentos e transferências do comércio global. Quem comprou consegue fazer o pagamento a quem recebeu de forma segura e padronizada. Sediado em Bruxelas, na Bélgica, foi fundado em 1973 por 239 bancos de 15 países. Supervisionado pelo Banco Nacional da Bélgica em parceria com bancos centrais de países do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, além do Banco Central Europeu. O Banco Central do Brasil também é um dos sócios e participa de um dos conselhos de supervisão. Hoje, o Swift reúne em torno de 11,5 mil bancos e outras instituições financeiras de mais de 200 países. Todos conectados neste que é o principal sistema por onde passa a maior parte do comércio internacional. Os números são gigantescos. Em apenas três dias de transações, o valor das operações é o equivalente ao PIB do mundo todo em um ano. E vale para tudo. Toneladas de soja vendidas pelo Brasil a um comprador da Ásia, a venda de aviões americanos à Europa, a compra de um livro por um simples leitor numa livraria virtual na internet, a remessa de dinheiro a um familiar, a reserva em um hotel ou companhia aérea, operações com cartão de crédito ou remessas diretas de um banco local para um correspondente em outro país, tudo passa pelo Swift. E praticamente inimaginável ficar de fora.”