Empresa teve queda de quase 2% nas vendas nos primeiros 9 meses de 2025
Em meio a mudanças recentes na alta liderança, a Nestlé anunciou, nesta quinta-feira, 16, um plano de reestruturação que prevê a eliminação de 16 mil vagas em seu quadro de funcionários.
O comunicado ocorreu durante a divulgação do balanço referente aos primeiros nove meses de 2025, revelando uma queda de 1,9% nas vendas e receita de 65,9 bilhões de francos suíços, o equivalente a US$ 83 bilhões, ou cerca de R$ 452 bilhões.
O atual presidente-executivo Philipp Navratil, que assumiu o cargo em setembro depois de longa trajetória iniciada em 2001, destacou que a empresa precisa agir com maior rapidez diante das mudanças globais.
“O mundo está mudando, e a Nestlé precisa se adaptar com maior agilidade, o que exigirá decisões difíceis, porém necessárias, para reduzir o quadro de funcionários”, afirmou Navratil em nota, segundo a agência de notícias France Presse.
Com extinção de cargos, Nestlé prevê economia anual bilionária
O plano prevê que 12 mil cargos administrativos devem ser extintos em diversas áreas e países, medida que, segundo a Nestlé, permitirá uma economia anual de 1 bilhão de francos suíços até o fim de 2027, valor duas vezes maior do que o previsto anteriormente.
Outras 4 mil funções serão encerradas em setores produtivos e de cadeia de suprimentos, parte de iniciativas já em andamento para tornar as operações mais ágeis.
CEO foi demitido por relacionamento com funcionária
A instabilidade na cúpula da companhia ganhou destaque depois da demissão do francês Laurent Freixe, ex-CEO, motivada por um relacionamento com uma subordinada. O episódio foi investigado internamente, depois de uma denúncia recebida pelo conselho de administração em maio, e só confirmado em uma segunda apuração conduzida pelo presidente do conselho, Paul Bulcke, com apoio jurídico externo.
O conselho concluiu que Freixe violou o Código de Conduta, que proíbe relações hierárquicas, para evitar conflitos de interesse. A funcionária envolvida, do setor de marketing, teria sido promovida a vice-presidente de marketing para as Américas um ano e meio depois do início do relacionamento, conforme informações da imprensa suíça.
A saída de Freixe reacendeu discussões na Suíça sobre a separação entre vida pessoal e ambiente corporativo. Freixe, nascido em 1962, construiu carreira de décadas na Nestlé, tendo liderado operações em vários países. O presidente Paul Bulcke também anunciou sua saída em meio às mudanças no comando da companhia.