O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, ironizou o mercado financeiro ao afirmar que a Faria Lima não reflete as perspectivas positivas da economia brasileira apontadas por agências de classificação de risco e organismos multilaterais. A declaração foi feita durante um evento da Bloomberg, organizado em colaboração com o fórum anual Business 20 (B20), nesta terça-feira (22), em São Paulo.
“Eu vou ficar Moody’s, mas a Faria Lima está ‘surdes’ para o que está acontecendo no Brasil”, disse Mercadante, fazendo um trocadilho com o nome da agência de classificação de risco Moody’s Investor Service. Recentemente, a Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo uma perspectiva positiva para o país. Segundo a agência, a mudança se deve ao crescimento mais robusto do país ao longo do ano.
A mudança na classificação do Brasil ocorreu uma semana após uma reunião do presidente Lula (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com representantes das agências de rating, durante sua estadia em Nova York. Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou a expectativa de crescimento do PIB brasileiro para este ano de 2,1% previstos em julho para 3%. A revisão foi divulgada durante uma reunião das autoridades de finanças dos países-membros do FMI na sede em Washington, nos Estados Unidos.
Apesar das perspectivas positivas apontadas por agências internacionais, Mercadante criticou a falta de otimismo do mercado financeiro brasileiro, especialmente da Faria Lima, que parece não reconhecer os avanços econômicos do país. A ironia de Mercadante reflete a tensão entre o governo e o mercado financeiro, que muitas vezes divergem em suas avaliações sobre a economia brasileira.