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segunda-feira, 13 outubro, 2025
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Mais de 80% dos brasileiros passam a comprar marcas mais baratas nos supermercados

Por Alexandre Gomes

Segundo dados da Neogrid, 55% dos consumidores acreditam que a tendência de alta nos preços continuará nos próximos meses

O cenário econômico, marcado pela inflação elevada e salários limitados, levou grande parte dos brasileiros a reavaliar suas escolhas no supermercado. Dados recentes da Neogrid mostram que 82% dos consumidores passaram a optar por produtos mais acessíveis, reduzindo gastos e priorizando o básico diante do aumento de preços e da dificuldade em adquirir suas marcas favoritas.

Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, destaca que a pressão sobre a renda faz com que as pessoas ajam com mais cautela. Segundo ele, “a renda do brasileiro tem se tornado mais apertada, então as pessoas estão sendo mais racionais na hora de gastar”.

“Por isso, há um reflexo na forma de consumo por parte do público em relação às compras de supermercado”, afirma Rosadas. “Hoje, vemos os consumidores sendo mais cautelosos e estratégicos. As compras por impulso diminuíram e os carrinhos passaram a ser compostos por produtos previamente definidos, seguindo a lista de compras à risca.”

Além disso, o levantamento “Consumo em Tempos de Inflação e Repriorização”, divulgado pela Opinion Box, apontou que 95% dos entrevistados perceberam elevação nos preços de itens de supermercado de outubro de 2024 a outubro de 2025. Para o futuro, 55% dos consumidores ainda acreditam que a tendência de alta deve continuar nos próximos meses.

Consumidor busca custo-benefício

A pesquisa da Neogrid também mostra que 73% já veem alguns alimentos como “mimos”, com destaque para chocolates, citados por 45%, e bebidas alcoólicas, por 19%. Em relação aos produtos substituídos, 63% dos consumidores indicaram que retomariam antigos hábitos se os valores voltassem ao patamar anterior.

Rosadas avalia que a busca por melhor custo-benefício se intensificou. “Os brasileiros estão cada vez mais atentos ao custo-benefício, prestam mais atenção nas ofertas especiais promovidas por diferentes redes supermercadistas, além de buscarem por produtos que reúnem dois importantes fatores: a qualidade e o preço justo”, afirma. “Dessa forma, não se apegam mais a uma marca específica, dando mais atenção a como seus hábitos podem se refletir em seus bolsos, o que diminui a fidelidade em relação aos itens.”

Marcas próprias ganham força

O especialista observa ainda que as marcas próprias dos supermercados vêm ganhando espaço, por oferecerem preços mais baixos e qualidade satisfatória. Entre as categorias mais afetadas pela troca de produtos estão os itens de limpeza, com 68,86% de substituições, seguidos por higiene pessoal (57,06%) e alimentos e bebidas (53,77%).

Carnes e derivados somaram 53,04%, enquanto cosméticos e ovos/lácteos registraram 29,20% e 28,71%, respectivamente.

Festas de fim de ano podem alterar comportamento dos brasileiros

Com a aproximação das festas de fim de ano, Rosadas acredita que o simbolismo das datas pode influenciar os hábitos de consumo. “Estamos chegando no período de datas comemorativas, com as festas de fim de ano em família e por conta do seu forte simbolismo, pode haver uma dificuldade maior por parte dos consumidores em abdicar dos itens populares da época”, avaliou. “Por isso, nos próximos meses, essa resistência em consumir itens mais caros pode mudar.”

Segundo o estudo da Neogrid, 60% dos consumidores pretendem manter as compras para celebrações. Entre eles, 51,3% planejam continuar comprando em datas festivas, mas com orçamento reduzido, enquanto 24% não devem alterar o consumo nessas ocasiões.

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