Governo destina quase R$ 900 milhões à propaganda em 2025 — o maior valor desde 2017
O governo Lula (PT) decidiu ampliar em R$ 116 milhões o orçamento da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), elevando os gastos para cerca de R$ 876 milhões em 2025 — um salto expressivo em comparação aos R$ 600 milhões de 2024, que já representavam o maior valor em oito anos.
O aumento ocorre em meio a restrições orçamentárias em áreas essenciais, como Polícia Federal, que busca recursos para emissão de passaportes, e Ministério da Educação, que ainda enfrenta falta de verba para material didático.
Enquanto a segurança e a educação sofrem cortes, o Planalto injeta milhões em publicidade institucional, campanhas digitais e contratação de influenciadores, com foco em fortalecer a imagem do governo nas redes sociais — estratégia reforçada após Lula confirmar que tentará reeleição em 2026.
Entre as principais campanhas previstas, estão “Brasil soberano”, com R$ 85 milhões, e “Gás do Povo”, com R$ 30 milhões. A Secom também prepara um novo contrato de R$ 100 milhões por ano para produção de vídeos e podcasts voltados à internet, com 3 mil vídeos anuais, dos quais 576 terão apresentador, ao custo de R$ 21,4 mil cada.
Para bancar a ampliação, o governo realocou cerca de R$ 2,4 bilhões entre ministérios, reduzindo repasses a órgãos como o INSS, que perdeu R$ 190 milhões.
A oposição critica a medida, apontando que Lula prioriza propaganda em vez de políticas públicas reais, numa tentativa de manter o controle da narrativa política antes das eleições municipais de 2026.