o Banco do Brasil despenca 60% no 2º trimestre e revisa expectativas para o ano
O Banco do Brasil registrou uma queda expressiva de cerca de 60% no lucro líquido ajustado do segundo trimestre de 2025, que foi de R$ 3,8 bilhões — resultado muito aquém dos R$ 5 bilhões esperados pelo mercado. O retorno sobre o patrimônio (ROE) também despencou, de 21,6% para apenas 8,4%, indicando deterioração significativa da rentabilidade.
Esse desempenho negativo se dá em meio à escalada da inadimplência, especialmente no agronegócio. No segmento rural, a taxa de atrasos acima de 90 dias chegou a 3,49%, alta substancial frente aos 1,32% de um ano antes. No geral, a inadimplência do banco passou de 3% para 4,21%.
Como resultado, o Banco do Brasil revisou suas projeções para 2025: espera agora um lucro líquido entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões, muito abaixo da meta inicial de 37 a 41 bilhões. Também reduziu o payout — parcela do lucro distribuída aos acionistas — de 40–45% para apenas 30%.
Um ano de ajuste para voltar a crescer
A presidente Tarciana Medeiros referiu-se a 2025 como um “ano de ajustes”, essencial para preparar o banco para uma retomada mais sustentável dos resultados. As projeções também foram revistas para crescimento da carteira de crédito, com estimativa agora entre 3% e 6%, contra 5,5% a 9,5% anteriormente.
O contraste com os bancos privados
Enquanto o Banco do Brasil amarga o pior trimestre desde 2018 e perde posições no ranking de lucros, bancos privados como Itaú, Bradesco, BTG e Santander registraram desempenho robusto e crescente no mesmo período — evidência clara de que a crise é específica da estatal.