Os preços ao consumidor na China tiveram uma alta anual de apenas 0,2% em 2024, mantendo o mesmo ritmo do ano anterior e ficando significativamente abaixo da meta oficial de cerca de 3% para o período. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Escritório Nacional de Estatísticas, tanto a inflação quanto os preços ao produtor refletem os impactos de uma demanda interna persistentemente fraca.
O cenário econômico foi afetado por uma combinação de fatores, como a insegurança no mercado de trabalho, uma prolongada crise no setor imobiliário, altos níveis de endividamento e as ameaças de tarifas comerciais impostas pelo novo governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente eleito Donald Trump. Mesmo com os estímulos econômicos implementados por Pequim, a demanda doméstica permaneceu enfraquecida.
Em dezembro, o índice de preços ao consumidor registrou um aumento de 0,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior, desacelerando em relação ao crescimento de 0,2% observado em novembro e marcando o ritmo mais lento desde abril. Esse resultado estava alinhado com as previsões de economistas consultados pela Reuters. Por outro lado, a inflação subjacente, que exclui itens voláteis como alimentos e combustíveis, apresentou um leve aumento, atingindo 0,4% em dezembro contra 0,3% no mês anterior, o maior patamar em cinco meses.
Enquanto isso, o índice de preços ao produtor registrou uma queda anual de 2,3% em dezembro, menos acentuada que a queda de 2,5% em novembro e próxima da previsão de 2,4%. Este indicador segue em território deflacionário há 27 meses consecutivos.
Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China, afirmou que o aumento do núcleo da inflação e a desaceleração da deflação nos preços das fábricas sugerem que os estímulos econômicos estão oferecendo algum suporte à demanda e aos preços. Contudo, ele acrescentou que, devido à provável natureza temporária desses estímulos, a inflação subjacente deve voltar a cair nos próximos meses.