O banco HSBC (HSBA.L) anunciou na terça-feira a venda de seus negócios na Argentina, registrando uma perda de US$ 1 bilhão relacionada à transação, como parte de seu contínuo processo de redução de sua presença global para se concentrar na região da Ásia.
A venda dos negócios, incluindo serviços bancários, gestão de ativos e seguros, foi feita para o Grupo Financiero Galicia (GGAL.BA), o quinto maior banco da Argentina, por US$ 550 milhões, conforme divulgado pelo banco britânico.
O CEO do HSBC, Noel Quinn, tem buscado simplificar a complexidade do banco para melhorar seu desempenho, saindo de mercados onde não tem alcançado resultados satisfatórios, como França e Canadá.
Essa venda está alinhada com a estratégia de realocação de recursos para a Ásia, especialmente para países como Índia e China.
As ações do HSBC permaneceram estáveis no início do pregão em Londres, enquanto suas ações listadas em Hong Kong tiveram um aumento de 1,1%.
“Nos últimos anos, a Argentina tem representado um desafio para o HSBC, devido à hiperinflação na região e à forte desvalorização da moeda, o que resultou em uma volatilidade significativa nos lucros”, observou Gary Greenwood, analista da Shore Capital.
Além da perda relatada no primeiro trimestre, o HSBC informou que o acordo resultaria em um reconhecimento de US$ 4,9 bilhões em perdas históricas relacionadas a reservas de conversão cambial quando a venda for finalizada.
Essas perdas foram atribuídas ao aumento de US$ 1,8 bilhão no ano anterior devido à desvalorização do peso argentino.
O HSBC enfatizou que essas perdas já foram refletidas em seus níveis de capital e não afetariam seu capital principal ou o valor de seus ativos.
No comunicado, Quinn afirmou que essa transação é um passo importante na implementação da estratégia do banco, permitindo concentrar recursos em áreas de maior potencial de valor.
Ele destacou que o HSBC Argentina é principalmente um negócio de mercado interno, com pouca conectividade com o resto da rede internacional do banco.
A venda dos negócios na Argentina visa reduzir a volatilidade nos lucros do grupo, especialmente quando convertidos para dólares americanos.
O HSBC enfrentou críticas dos acionistas nos últimos anos em relação à sua distribuição geográfica e estratégia global.
No entanto, o banco rejeitou uma resolução no ano anterior proposta por acionistas de Hong Kong, apoiados pelo investidor chinês Ping An, que buscava potencialmente dividir sua unidade asiática para maximizar o valor de seu negócio mais lucrativo.
O HSBC reiterou seu compromisso com os Estados Unidos, onde abandonou o setor de varejo em 2021, e com o México, embora tenha sido objeto de incertezas desde que concordou em pagar US$ 2 bilhões em 2012 às autoridades reguladoras dos EUA por falhas em seus controles contra lavagem de dinheiro.