O governo Lula tenta negociar o relatório do senador Plínio Valério (PSDB-AM) sobre a PEC que amplia a autonomia do Banco Central antes da votação na CCJ do Senado, marcada para quarta-feira (17), mas errou na abordagem e no momento das tratativas. Segundo Valério, o Planalto anunciou, através do líder Jaques Wagner (PT-BA), que faria propostas de alteração, porém não iniciou negociações com o relator até o final da tarde desta terça-feira (16).
“Foi solicitada uma prorrogação. Jaques [Wagner] mencionou que o governo estava interessado em um acordo. Eles iriam entrar em contato comigo. Mas até agora, eles não o fizeram”, revelou o senador.
Ele continuou: “A forma como conduziram isso, dizendo que desejam um acordo sem realmente procurar o relator, torna as coisas muito complicadas. Não vejo como modificar meu relatório até amanhã”.
O ponto principal que o governo Lula deseja mudar é a classificação de empresa pública atribuída ao Banco Central no parecer de Valério.
‘Agora é tarde’.
Além de deixar a proposta de acordo para a última hora, o governo planeja utilizar a intervenção do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), autor da PEC, para persuadir Plínio a alterar o relatório, em uma reunião marcada para amanhã, às 8h30, no gabinete do relator.
“O que eles querem sugerir é que o BC não seja classificado como empresa pública, mantendo-o como autarquia. Contudo, essa mudança constitui a essência da PEC. Considero muito improvável um acordo. Amanhã, às 8h30, teremos essa conversa, seguida pela sessão da CCJ às 10h. Não vejo como modificar o relatório naquele momento”, concluiu Valério.