Ex-primeira-dama do Peru foi condenada por corrupção, obteve asilo do governo petista e ‘carona’ para chegar a Brasília
A Força Aérea Brasileira (FAB) gastou R$ 345 mil em abril de 2025 para transportar Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, que recebeu asilo diplomático no Brasil depois de ser condenada por lavagem de dinheiro.
A informação foi obtida pelo gabinete do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), depois de pedido de informações ao governo Lula. “Uber da FAB pra trazer corrupta do Peru custou mais de R$ 300 mil”, escreveu o parlamentar no X. “Requerimento de informação de minha autoria junto com a bancada do Novo trouxe à tona essa informação. Surreal o apoio de Lula a criminosos internacionais com o nosso dinheiro!”
Segundo os dados informados a Van Hattem, os gastos da FAB com o transporte de Nadine Heredia foram de R$ 318 mil em logística, de R$ 7,5 mil em diárias para a tripulação e de R$ 19,5 mil em taxas aeroportuárias.
A viagem começou em Brasília às 22h45 de 15 de abril, com escala em Cuiabá, e prosseguiu até Lima, capital do Peru, onde a aeronave pousou às 2h45, horário local.
Depois do embarque de Heredia, o avião decolou de Lima às 4h20 e voltou a pousar em Brasília às 11h40 de 16 de abril, também passando por Cuiabá. Segundo a FAB, não houve cálculo prévio dos custos envolvidos no trajeto.
Nadine Heredia
Nadine Heredia, mulher do ex-presidente Ollanta Humala, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), no início deste mês, a suspensão de qualquer possível extradição.
Seu advogado, Marco Aurélio de Carvalho, membro do grupo Prerrogativas, alinhado ao governo Lula, afirma que a ação do governo brasileiro se baseou em acordo firmado com o Peru em 1954.
No STF, Heredia obteve uma decisão favorável há quatro dias. O ministro Dias Toffoli decidiu que as provas fornecidas pela Odebrecht e utilizadas pela Justiça peruana contra Heredia, no caso da Lava Jato do país, são inválidas. No entanto, ele não julgou o pedido para barrar um eventual mandado de prisão internacional ou processo de extradição contra ela.
Toffoli estendeu a Heredia o mesmo entendimento já aplicado a Humala em julgamentos anteriores no Brasil sobre os sistemas Drousys e MyWebDayB, plataformas internas da Odebrecht usadas para registrar as propinas. O ministro afirmou que esses dados são “imprestáveis segundo o ordenamento jurídico brasileiro”.