O valor representa alta real de 3,75% frente ao mesmo período do ano anterior
A arrecadação de tributos federais atingiu R$ 226,7 bilhões em novembro, estabelecendo um novo recorde para o mês desde o início da série histórica da Receita Federal, em 1995.
O valor representa alta real de 3,75% frente ao mesmo período do ano anterior, quando o montante ficou em R$ 218,5 bilhões, já considerando a inflação.
Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), implementada pelo governo em maio.
A arrecadação também recebeu reforço da taxação de apostas esportivas e das loterias, que contribuíram com R$ 850 milhões somente em novembro.
Taxa de juros influenciou a arrecadação
O crescimento do Imposto de Renda sobre aplicações financeiras, favorecido pela taxa de juros elevada, e os juros sobre capital próprio também tiveram papel relevante na expansão da arrecadação.
O resultado parcial do ano, de janeiro a novembro, soma R$ 2,59 trilhões, sem correção inflacionária.
Considerando a inflação, o total arrecadado no período chega a R$ 2,62 trilhões, o que indica avanço real de 3,25% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, quando o país arrecadou R$ 2,54 trilhões.
Esse é o maior desempenho já registrado para o acumulado de 11 meses.
Perspectivas do governo
Diversas medidas recentes contribuíram para o aumento da receita federal em 2025, entre elas a tributação de fundos exclusivos, mudanças nas regras para incentivos estaduais, volta da cobrança sobre combustíveis, taxação de apostas, imposto para encomendas internacionais, redução gradual de desonerações na folha e o fim de benefícios para o setor de eventos.
O governo considera a elevação da arrecadação um fator essencial para buscar o equilíbrio das contas públicas em 2025, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Ainda assim, o arcabouço fiscal permite uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, cerca de R$ 31 bilhões, sem descumprir a meta formal.
Além disso, o cálculo do cumprimento da meta exclui valores referentes a precatórios, que somam R$ 44,1 bilhões.
Para 2026, o objetivo fiscal é ainda mais ambicioso: alcançar superávit primário de aproximadamente R$ 34 bilhões.