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quarta-feira, 22 outubro, 2025
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Governo e Congresso tocam violino no Titanic da dívida, diz Waack

Por Alexandre Gomes

O Congresso frustrou as expectativas do governo de aumentar as receitas e evitar cortes de gastos

Na tentativa de recuperar os R$ 20 bilhões perdidos em uma derrota no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu apresentar novas propostas aos parlamentares. No entanto, tratam-se de “novas velhas ideias”, uma vez que são essencialmente repetições do que já foi apresentado anteriormente.

O Congresso frustrou as expectativas do governo de aumentar as receitas e evitar cortes de gastos. Em resposta, o governo adotou uma retórica de confronto, classificando o Congresso como “inimigo do povo” e prometendo intensificar sua campanha de oposição aos “ricos que não querem pagar impostos” — conforme a narrativa do Executivo — e de defesa dos pobres, que, segundo o governo, “só têm o presidente Lula (PT) para protegê-los”.

Essa estratégia, no entanto, não surtiu efeito em relação às medidas recentemente rejeitadas pelo Congresso. Uma parte relevante dos agentes econômicos observa essa disputa com atenção voltada para um placar diferente daquele das votações parlamentares: o placar que revela a necessidade de financiar um déficit nominal de 9% do PIB, com uma dívida pública já próxima dos 80% do PIB.

Enquanto isso, o governo permanece empenhado em expandir os gastos públicos, operando há tempos em modo permanente de campanha eleitoral. Paralelamente, mantém sua obsessão por aumentar as receitas, dentro de um modelo que, de longe, pode ser descrito como uma “marcha da insensatez” — pois os gastos aumentam à medida que as receitas crescem.

O desfecho desse enredo é previsível. Independentemente de quem vença as eleições do próximo ano, será necessário realizar um ajuste fiscal significativo. Quanto maior for a credibilidade do vencedor, menor tende a ser o custo desse ajuste, tanto do ponto de vista político quanto social.

Na situação atual, esse constante empurra-empurra entre governo e Congresso já não serve sequer para disfarçar o verdadeiro pano de fundo de toda essa disputa: uma conta gigantesca a ser paga, que não para de crescer.Mostrar menos

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