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domingo, 22 setembro, 2024
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“Faremos o que for necessário”, diz Campos Neto sobre possibilidade de elevar juros para bater meta

Por Marina B.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira, 16, que os nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão comprometidos em fazer o que for necessário para trazer a inflação de volta à meta, incluindo a possibilidade de elevar a taxa Selic. “Todos os diretores têm repetido esse discurso, como está no comunicado oficial”, disse durante um evento do Barclays em São Paulo. “Não estamos dando uma orientação específica, mas faremos o que for preciso. Se for necessário subir os juros, nós o faremos.”

Campos Neto explicou que essa postura surgiu após a percepção de que a falta de credibilidade na política monetária futura era uma das causas da desancoragem das expectativas de inflação. Para enfrentar isso, o BC buscou adotar uma comunicação mais coesa e mostrar unidade. “Agora, acredito que as pessoas entendem que, independentemente de quem lidera o BC, nossa direção é clara. Temos uma meta e faremos o que for necessário para alcançá-la”, destacou, lembrando que a meta é determinada pelo governo, não pelo Banco Central.

Em relação ao fim de sua gestão, que termina em 31 de dezembro, Campos Neto afirmou que tentou evitar os ruídos políticos, com a sucessão já praticamente confirmada, tendo Gabriel Galípolo como provável sucessor. Ele se esquivou de perguntas sobre seu legado, frisando que o trabalho no BC é um esforço coletivo. No entanto, destacou que os encontros com outros presidentes de bancos centrais ao redor do mundo foram uma experiência valiosa.

Campos Neto também afirmou que o BC tem se esforçado para se manter alinhado com as práticas monetárias globais, mesmo diante de surpresas econômicas mais intensas no Brasil. Ele ressaltou que, apesar de o país enfrentar uma inflação persistente e expectativas desancoradas, o Copom não está mais fornecendo um guidance claro sobre os próximos passos, preferindo observar os dados econômicos antes de tomar decisões.

O presidente do BC mencionou que o mercado financeiro deve revisar suas projeções de crescimento do PIB para 2024 para acima de 2,5%, após os dados surpreendentes do IBC-Br. Além disso, destacou que o mercado de ações brasileiro tem mostrado sinais de recuperação, após um período de estagnação nas ofertas iniciais de ações (IPOs).

Campos Neto concluiu afirmando que, mesmo com os desafios fiscais globais, o BC brasileiro não prevê uma recessão grave à frente. Contudo, alertou que, em caso de desaceleração global, as barreiras para a intervenção dos bancos centrais seriam altas, dadas as condições de dívida e os juros elevados.

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